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CDS testa esquerda e PS tenta aproximar Governo de Marcelo

PS tenta contrariar ideia criada nos últimos dias de afastamento entre Governo e Presidente da República.

Miguel Baltazar/Negócios
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A moção de censura do CDS, que vai ser discutida terça-feira no Parlamento, vai ser chumbada pelos partidos que apoiam o Governo, apesar do descontentamento do Bloco, PCP e Verdes com a resposta dada pelos serviços públicos no combate aos incêndios, que este Verão mataram mais de 100 pessoas.

No dia em que o CDS entregou a moção de censura no Parlamento, comunistas e ecologistas anunciaram que votariam contra. O Bloco de Esquerda não anunciou o seu sentido de voto, mas o Negócios sabe que votará ao lado do Executivo. No debate quinzenal, Catarina Martins classificou a moção do CDS como "truque grotesco", apesar de ter admitido que o "Estado falhou".

Quinta-feira foi o dia escolhido pelos centristas para entregar o texto da moção de censura. O líder parlamentar do CDS desafiou a esquerda a avaliar se "houve ou não falhas graves" do Estado nos incêndios que provocaram mais de 100 mortes e rejeitou que a moção de censura ao Governo "seja calculista". "Quem achar como nós [que houve falha grave], censura o Governo, quem achar que não houve falhas ou, havendo, não são graves, não censura o Governo", afirmou Magalhães, em declarações aos jornalistas, citadas pela Lusa.

Quem achar como nós [que houve falha grave], censura o Governo, quem achar que não houve falhas ou, havendo, não são graves, não censura o Governo. Nuno Magalhães
Líder parlamentar do CDS

Com a moção de censura centrada na questão da falha do Estado, os centristas tentam assim evitar que esta fique esvaziada, quando a ministra da Administração Interna já se demitiu e o primeiro-ministro já cedeu depois da dura comunicação do Presidente da República. E tentam comprometer a esquerda.

No mesmo dia, o PS tentou contrariar a ideia que ficou depois da dureza da comunicação de Marcelo para com o Governo. O líder parlamentar socialista identificou "um aspecto de grande confluência entre a declaração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e as posições que têm sido assumidas pelo primeiro-ministro, António Costa. "O senhor Presidente da República, para além de outros aspectos, falou - e muito bem - na necessidade de se iniciar um novo ciclo na abordagem destes temas que envolvem no seu conjunto o sistema de protecção civil. O senhor primeiro-ministro falou simultaneamente - aliás ainda antes do senhor Presidente da República - na necessidade de nada ficar como antes", referiu Carlos César, citado pela Lusa.
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