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Gurría avisa Centeno: Progressos são "impressionantes" mas ainda "há muito trabalho de casa por fazer"  

O secretário-geral da OCDE elogiou o "feito grandioso" de controlo do défice orçamental que atribuiu à liderança do actual primeiro-ministro e ao ministro das Finanças.

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06 de Fevereiro de 2017 às 12:00
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O secretário-geral da OCDE elogiou nesta segunda-feira, 6 de Fevereiro, os "progressos impressionantes" feitos por Portugal no domínio do crescimento, da reconversão da economia para uma base exportadora e da redução do desemprego, que disse serem resultado de reformas estruturais iniciadas durante a intervenção da troika e do contexto de baixas taxas de juro e baixo preço do petróleo que tem vigorado, e elogiou também o "feito grandioso" de controlo do défice orçamental, que atribuiu à liderança do actual primeiro-ministro e ao ministro das Finanças.

 

Na apresentação do mais recente estudo económico sobre Portugal, na sede do Ministério das Finanças, em Lisboa, Angel Gurría sublinhou, porém, a necessidade de chamar a atenção para o facto de "serem muitos os problemas pendentes" no país e de o contexto externo ser particularmente incerto, o que eleva o nível de risco para a generalidade das economias. "Ainda há muito trabalho de casa por fazer", disse Gurría a Mário Centeno, citando os elevados endividamentos público e privado, a fragilidade da banca e a ainda baixa competitividade, em parte decorrente das baixas qualificações.

"São necessárias novas reformas para fomentar o crescimento, a produtividade e o bem-estar". "O processo de reformas tem de ser contínuo. Portugal tem de remar mais forte contra a maré", acrescentou, ao alertar, de novo, para a deterioração da envolvente internacional.

Sobre as finanças públicas, Gurría afirmou que "o panorama é animador", qualificou mesmo de "feito grandioso" a subida do saldo orçamental primário (sem juros da dívida), concluindo ser muito importante manter agora estes resultados num contexto externo mais adverso e em face da situação delicada na banca – o relatório da OCDE admite que mais dinheiro dos contribuintes possa ter de ser injectado no sector.

 

Já o ministro das Finanças centrou a sua apresentação nos dados positivos, sobretudo na frente orçamental, ao realçar o défice de 2016 que terá ficado "claramente abaixo de 2,3%", assim como o saldo primário "acima de 2%" do PIB, que traduzem os "melhores resultados orçamentais desde 1974".

"Todas as instituições internacionais falharam nas suas previsões" por não "compreenderem a essência da política económica do governo", acusou Mário Centeno, ao queixar-se de não ter sido tratado com isenção. "Às instituições internacionais compete fazer a análise das nossas políticas com base no conhecimento científico acumulado e na utilização adequada da informação disponível. Nem sempre foi esse o caso ao longo do ano passado", apontou.

Sobre qual seria o valor do défice sem as medidas extraordinárias decretadas pelo governo (o "perdão fiscal" terá rendido cerca de 550 milhões de euros), o ministro disse tratar-se de uma discussão estéril.

Prosseguindo num registo de desafio, Centeno disputou também a previsão da OCDE para o desemprego. "Baixaremos do limiar dos dois dígitos", garantiu. A organização sediada em Paris prevê que o desemprego persista acima de 10% nos próximos dois anos.


No âmbito das análises que faz aos seus Estados-membros a cada dois anos, a OCDE publica hoje um relatório sobre a economia portuguesa. Aqui pode aceder ao relatório e em baixo à apresentação com as principais conclusões. 

 

 
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