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Grécia: Conheça os partidos que vão a votos no domingo
No total, são 32 os partidos que vão a votos nas próximas eleições legislativas gregas. Mas apenas 10 deverão alcançar assentos parlamentar. Conheça aqui quem são esses partidos e as pessoas que os lideram.
Nova Democracia
O principal partido de direita – e líder nas intenções de voto – é liderado por Antonis Samaras, 60 anos. Samaras votou contra o primeiro resgate da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, aprovado em Maio de 2010.
Cerca de um ano e meio passado apoiou o executivo interino liderado por Lucas Papademos, tendo assinado o compromisso do país com as instituições europeias para que fosse libertado o segundo pacote de ajuda.
Fundado em 1974, o partido da Nova Democracia ganhou as eleições de 1974, 1977, 1990, 2004 e 2007. Nas últimas eleições, ganhas pelo Pasok, teve 33,49% dos votos, ou seja, 91 assentos parlamentares.
As últimas sondagens dão ao partido de direita entre 16,5% e 25,5% das intenções de voto.
PASOK
Fundado em 1974 por Andreas Papandreou, pai do anterior primeiro-ministro George Papandreou, o PASOK (PanHellenic Socialist Movement) foi o vencedor das últimas eleições legislativas com 43,94% dos votos. Com a saída de George Papandreou da liderança do partido, esta foi assumida pelo anterior ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, 55 anos, em Março passado. O PASOK liderou o país entre 1981 e 1989, 1993 e 2004 e entre 2009 e Novembro passado, altura em que foi nomeado o governo interino de Papademos. Nestas eleições o partido deverá alcançar entre 12,6% e 19,1% dos votos, de acordo com as últimas sondagens.
Partido Comunista Grego (KKE)
Liderado por Aleka Papariga, 66 anos, o KKE tem manifestado a sua oposição às medidas de austeridade que têm sido aplicadas no país e aos termos do plano de resgate externo. O partido é a favor da saída do euro, da União Europeia e de outras instituições internacionais. Papariga já garantiu que não vai participar em nenhuma coligação governamental após as eleições de domingo. As sondagens dão-lhe entre 7% e 10,6% das intenções de voto. Nas eleições legislativas de 2009 obteve 7,53% dos votos. O KKE é o mais antigo partido grego, tendo sido fundado em 1918.
SYRIZA (Coligação da Esquerda Radical)
Tal como o KKE, o SYRIZA é contra as medidas de austeridade e os termos do resgate europeu. Liderado por Alexis Tsipras, 37 anos, defende o aumento dos impostos para os contribuintes com mais rendimentos, o adiamento ou anulação dos pagamentos da dívida e cortes nos gastos da defesa. Tsipras, um dos mais novos políticos gregos, defende uma frente de esquerda anti-austeridade. "Queremos formar um governo que tire o país do caminho desta austeridade destrutiva e recessão profunda", disse à Reuters antes de um discurso na cidade de Volos.
Tsipras já propôs uma coligação pós-eleições ao partido comunista e à Esquerda Democrática mas esta foi rejeitada por ambos os partidos. Nas últimas eleições, o SYRIZA obteve 4,6% dos votos mas, desta vez, as sondagens dão-lhe entre 7,3% e 11%.
Esquerda Democrática
O partido – liderado por Fotis Kouvelis, 63 anos – é a favor da permanência da Grécia na Zona Euro mas não concorda com os termos do resgate internacional, defendendo que o país necessita de mais tempo para equilibrar as suas contas públicas. Fundado em 2010 (ano em que o país recebeu o primeiro pacote de ajuda), o partido defende maiores cortes nas áreas da defesa, farmacêutica e Administração Pública. As sondagens dão à Esquerda Democrática entre 5,4% e 12,2% dos votos.
Gregos Independentes
É um dos mais recentes partidos gregos. Foi criado em Fevereiro de 2012 por Panos Kammenos, que abandonou a Nova Democracia em Novembro de 2011, depois do partido se ter aliado aos socialistas do PASOK para apoiar o novo governo de Papademos. "Apoiei Samaras. Conheço-o desde os nossos primeiros tempos no partido nos anos 80. Tivemos uma ligação pessoal e política... mas ele fez uma inversão, politica e moralmente, injustificável", disse Kammenos em entrevista à Reuters.
Kammenos afirma que o resgate externo está a destruir a soberania da Grécia, e a condenar o país a ser uma província numa Europa "federalista" dominada pela Alemanha.
O novo partido defende que o país deve renunciar a parte da sua dívida e abolir o acordo de resgate. Ainda assim, Kammenos defende a permanência da Grécia na Zona Euro. O antigo dirigente da Nova Democracia já afirmou que está disponível para formar uma coligação após as eleições de domingo. As sondagens apontam para uma votação que pode variar entre 7,2% e 10,4%.
LAOS
O partido liderado por George Karatzaferis, 64 anos, fez parte da coligação governamental que apoiou o governo de Lucas Papademos até Fevereiro passado, altura em que se recusou a aprovar as medidas de austeridade necessárias para viabilizar o segundo pacote de ajuda ao país. O partido de direita já se mostrou disponível para uma coligação pós-eleições com qualquer partido, à excepção do Nova Democracia e do PASOK. As sondagens dão ao LAOS entre 2,7% e 4% das intenções de voto. Nas últimas eleições o partido alcançou 5,62% dos votos.
Golden Dawn
Fundado e liderado por Nikolaos Michaloliakos, o Golden Dawn é um partido nacionalista, criado em 1993, que defende a expulsão de todos os imigrantes ilegais e a protecção das fronteiras do país com minas terrestres. O partido defende ainda, entre outras coisas, o não pagamento de toda a dívida pública do país desde 1974 (ano em que o país saiu da ditadura em que vivia desde 1967) e a nacionalização dos bancos. Nas últimas eleições obteve 0,29% dos votos - o que não lhe deu acesso ao parlamento helénico. No entanto, as sondagens indicam que desta vez poderá obter entre 3,9% e 5,2%, o que a confirmar-se pode garantir alguns assentos parlamentares.
Aliança Democrática
A Aliança Democrática é liderada por Dora Bakoyiannis (na foto com o Comissário Europeu Michel Barnier), 57 anos, que exerceu o cargo de ministra dos Negócios Estrangeiros entre 2006 e 2009 (neste período o primeiro-ministro foi Kostas Karamanlis, então líder da Nova Democracia). Dora Bakoyiannis não coloca de parte a hipótese de uma coligação pós-eleições mas impõe condições: "uma política virada para as reformas estruturais que o país precisa", focada no crescimento, na eliminação do desemprego e na protecção dos cidadãos mais afectados pela crise, disse numa entrevista ao jornal "Kathimerini". A líder da Aliança Democrática defende ainda uma reforma do sistema político do país que permita reduzir o número de assentos parlamentares de 300 para 200 e diminuir em 50% os custos do parlamento. As sondagens dão-lhe entre 2,3% e 3,8% das intenções voto.
Verdes
Liderado por Ioanna Kontouli, 52 anos, e Yiannis Paraskevopoulos, 52 anos, o partido é contra as medidas de austeridade mas defende a permanência do país na Zona Euro. Nas últimas eleições obtiveram 2,53%, não tendo conseguido assento parlamentar, e desta vez as sondagens apontam para 2,3% a 3,8% das intenções de voto.