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Grécia tem 10 dias para formar governo
Sem um claro vencedor nas eleições de ontem, o país enfrenta agora um processo negocial – que deve durar 10 dias – para tentar formar governo.
Os resultados eleitorais de Domingo mostram que o partido mais votado, o Nova Democracia de Antonis Samaras – ficou longe de uma maioria absoluta (18,88% vs 36%), precisando assim de um parceiro que lhe permita formar um governo estável.
O parceiro mais provável seria o PASOK – os dois partidos foram a favor das medidas de austeridade que viabilizaram o segundo pacote de ajuda e fizeram parte do governo de coligação que nos últimos meses apoiou o primeiro-ministro Lucas Papademos – mas os resultados dos dois partidos, em conjunto, não são suficientes para constituir uma maioria absoluta no parlamento (149 vs 151).
Novas eleições no horizonte?
Assim cabe agora ao presidente do país, Karolos Papoulias, chamar o líder do partido mais votado – o que vai acontecer ainda hoje – e conceder-lhe um período de três dias para que este forme governo.
Se neste período de tempo, Antonis Samaras não conseguir formar governo, este mandato de três dias será concedido ao segundo partido mais votado, a Coligação de Esquerda Radical (Syriza) – que alcançou 16,76% dos votos.
Se Alexis Tsipras, líder da Coligação de Esquerda Radical, não conseguir constituir governo será então dada a vez ao PASOK, o terceiro partido mais votado. Caso Evangelos Venizelos não consiga formar governo o mais provável é que sejam convocadas novas eleições legislativas.
Mas antes disso, cabe ao presidente da república convocar todos os líderes partidários e dar-lhes uma última oportunidade para formarem governo.
De acordo com o jornal grego "Kathimerini", Samaras vai ao longo dos próximos três dias falar com todos os partidos que alcançaram assento parlamentar (sete no total), à excepção do partido de extrema-direita, Aurora Dourada, que obteve 6,97% dos votos.
As negociações deverão começar com o Syriza. No entanto, o segundo partido mais votado tem sido, assumidamente, contra o memorando de entendimento com a troika e as medidas de austeridade e, dificilmente, haverá uma base de entendimento entre os dois partidos, escreve o "Kathimerini" na sua edição online.
Alexis Tsipras deverá, por sua vez tentar uma união com outros partidos de esquerda – solução que já defendia antes das eleições – mas o Partido Comunista Grego (quarto partido mais votado) já rejeitou essa hipótese.
Fica assim em aberto a possibilidade da Coligação de Esquerda Radical se unir à Esquerda Democrática e aos Gregos Independentes. Mas, em conjunto, estes três partidos só têm 104 assentos parlamentares, o que não chega para uma maioria absoluta.
A solução pode também passar por um governo de unidade nacional, opção defendida ontem pelos líderes da Nova Democracia e do PASOK.