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Governo não deve anunciar aperto de restrições apesar do aumento de casos de covid
O Governo vai decidir esta quarta-feira, em Conselho de Ministros antecipado, as medidas de prevenção da pandemia que vão estar em vigor na próxima quinzena. Apesar do aumento do número de casos dos últimos dias, não se esperam alterações significativas às regras atuais.
O início de uma nova quinzena tem sido sinónimo do anúncio de novas regras de prevenção e combate à pandemia de covid-19. Esta quarta-feira, o Governo volta a reunir-se em Conselho de Ministros para reavaliar a situação epidemiológica e decidir os termos das medidas excecionais das próximas semanas.
A reunião acontece um dia mais cedo que o habitual, uma vez que às 23h59 de hoje deixa de estar em vigor a Resolução que entrou em vigor no passado dia 1 de outubro, e que prolongou a situação de contingência, que está em vigor desde 15 de setembro. Além disso, o primeiro-ministro estará amanhã em Bruxelas, para entregar o Plano de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia.
Um mês depois do recomeço do ano letivo, e numa altura em que o país regista mais de mil infeções por dia, a opção do Executivo para os próximos 15 dias deverá passar pela continuidade da estratégia seguida nas últimas quinzenas.
Segundo o jornal Público, não são esperadas mudanças de relevo, mas há situações específicas que causam preocupações, como as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte, onde foram identificadas 87% das infeções detetadas esta terça-feira. Também o Observador apurou junto do Executivo que "não haverá alterações significativas às regras" em vigor. Assim, medidas como o uso obrigatório de máscara em espaços abertos, como tem sido decretado noutros países, não estará ainda em cima da mesa.
A nova Resolução do Governo vai entrar em vigor numa altura em que o número de novos casos de infeção por covid-19 ultrapassam os mil há seis dias consecutivos. Esta terça-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) reportou 1.208 casos e 16 óbitos, o valor mais elevado desde 20 de maio. A 19 de setembro, por altura do regresso às aulas, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha alertado para a probabilidade de Portugal passar a registar mais de mil casos por dia. Nessa altura, e desde então, o Governo tem rejeitado a possibilidade de um novo confinamento. "Não vamos poder voltar a parar o país, como aconteceu em março", ressalvou então o primeiro-ministro.
No final da reunião que decretou a última situação de contingência, a 24 de setembro, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, destacou que "na fase que estamos a viver é [importante] termos um conjunto de regras definido e estável". Na visão da ministra, "não é com medidas apenas que se controla a pandemia, é com as atitudes de cada um".