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Governo quer desfasar horários de trabalho para evitar horas de ponta com todo o país em contigência
A partir de 15 de setembro todo o país vai estar em situação de contigência. As medidas são decididas esta quinta-feira em conselho de ministros.
Depois de vários meses a velocidades diferentes no desconfinamento, Portugal vai estar alinhado a partir de 15 de setembro, com a situação de contingência que está em vigor na região de Lisboa a estender-se a todo o país.
Falta agora saber que medidas vão ser alteradas e implementadas, sendo que a decisão será anunciada esta quinta-feira após a reunião do conselho de ministros que decorre esta manhã. O briefing da reunião do Executivo está agendado para as 11h30, mas o horário poderá sofrer alterações.
De acordo com o Observador, o Governo está a estudar uma solução que pode passar por um desfasamento de horários de trabalho para evitar horas de ponta com aglomerados de pessoas nos movimentos pendulares, locais de trabalho e estabelecimentos.
Diz o jornal eletrónico que as novas medidas restritivas de resposta à pandemia em todo o país não vão apertar muito além do que já se passa em Lisboa, estando descartado o uso obrigatório de máscara na via pública.
Com todo o país em situação de contigência, também fora da Área Metropolitana de Lisboa os estabelecimentos comerciais têm de encerrar às 20h00, hora a partir da qual não podem ser vendidas bebidas alcoólicas. Os supermercados e hipermercados podem encerrar às 22h00 e os restaurantes podem admitir clientes até às 24h00. As Câmaras Municipais poderão alterar os horários.
Além dos horários dos estabelecimentos, os ajuntamentos com mais de dez pessoas passam a ser proibidos em todo o país, quando o limite fora da AML era de 20 pessoas.
Em final de agosto, precisamente numa conferência de imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, justificou esta decisão do Governo de impor novas regras a partir de 15 de setembro, de forma preventiva, com a "mudança significativa de rotinas" que acontecerá.
"O Governo considera que esta mudança significativa nas rotinas, na utilização dos transportes, o regresso às aulas e um regresso mais significativo ao mercado de trabalho pode necessitar de medidas adicionais", disse então Mariana Vieira da Silva.
Na segunda-feira, no Porto, à entrada da reunião que marcou o regresso dos encontros entre especialistas, políticos e parceiros sociais para analisar a situação epidemiológica de covid-19, o primeiro-ministro, António Costa, alertou que Portugal vai entrar "numa fase crítica" devido à mudança de estação, início do ano letivo e recomeço de muitas atividades, apelando ao cumprimento das regras para controlar a pandemia.
Esta reunião, de acordo com fonte do executivo, seria importante para acertar estas medidas a adotar a partir de terça-feira.
Já na quarta-feira, o chefe do executivo socialista reafirmou que uma situação de confinamento "é um não cenário", porque o país não a suportaria, e voltou a pedir aos portugueses para serem "muitíssimo disciplinados" no cumprimento das regras.
O aperto de regras acontece numa altura em que os casos de covid-19 estão a subir de forma acentuada. Ontem foram anunciados mais de 600 casos em 24 horas, o que representa o aumento diário mais forte desde finais de abril.