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Funcionários da Segurança Social não receberam os salários
Instituto da Segurança Social afirma que houve um problema informático da responsabilidade do banco. Atraso afecta cerca de nove mil pessoas.
Nem com cortes, nem sem cortes. Os trabalhadores da Segurança Social não receberam esta manhã os salários, ao contrário do que é habitual.
"Nenhum dos nove mil trabalhadores do Instituto da Segurança Social (ISS) recebeu o seu vencimento", disse ao Negócios Luís Esteves, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas.
"Geralmente recebem na manhã de dia 21. O que sei é que o Conselho Directivo envio um email a alguns trabalhadores justificando que teria sido um problema informático", acrescentou.
Questionado sobre a razão do atraso, o Instituto da Segurança Social confirma que os salários são habitualmente pagos dia 21 mas acrescenta, em comunicado, que o atraso se deve a um problema informático da responsabilidade do banco.
"Embora o Instituto da Segurança Social tenha desenvolvido, como habitualmente e em tempo útil, todos os procedimentos destinados ao normal processamento dos salários dos seus funcionários, um problema no sistema informático do banco emissor dos mesmos inviabilizou a sua receção por parte dos funcionários deste instituto durante a manhã de hoje", pode ler-se no comunicado.
O ISS "está a diligenciar todos os esforços junto da entidade bancária para a urgente reparação desta falha tendo já tido a garantia que a entidade bancária está a tratar este assunto com prioridade absoluta", garante a mesma fonte, que confirma que em causa estão vencimentos relativos a cerca de nove mil pessoas.
Luís Esteves, do sindicato, acrescenta que houve atrasos em todas as fases do processo. "Ontem, ao contrário do que era habitual, os recibos de vencimento não estavam disponíveis e hoje continuam a não estar, para algumas pessoas. Isto não tem nada a ver com bancos", considera.
Cortes salariais aumentam em Janeiro
Este atraso verifica-se numa altura em que todos os serviços têm que proceder a ajustamentos nas folhas salariais, devido aos novos cortes remuneratórios que estão em vigor desde o início do mês.
O Orçamento do Estado para 2014 substitui os cortes que têm vindo a ser aplicados desde 2011 por outros, mais acentuados.
Ao contrário do que acontecia até aqui, os funcionários que recebem entre pouco mais do que 675 euros e 1.500 euros brutos deixam de estar isentos dos cortes.
As novas reduções remuneratórias começam nos 2,5% para quem recebe pouco acima de 675 euros brutos e vão progressivamente aumentando, chegando aos 12% para quem tem um vencimento de 2.000 euros.
Consulte as simulações da PwC para perceber qual o impacto dos cortes salariais, do aumento de impostos e da subida da ADSE (que ainda não está em vigor, devendo ser aplicada nos próximos meses) no seu salário líquido.