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Francisco Calheiros: "Estar a falar hoje de um salário de 600 euros não faz qualquer sentido"
O presidente da Confederação do Turismo Português diz que é preciso analisar um conjunto de factores antes de ponderar a subida do salário mínimo nacional. A discussão deve ser feita em sede de concertação social.
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A subida do salário mínimo nacional dos 505 para os 600 euros "não faz qualquer sentido" nesta fase, defendeu esta terça-feira, 27 de Outubro, o presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros.
"Estar a falar hoje de um salário de 600 acho que não faz qualquer sentido", afirmou em Évora, à margem do 27º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo. A proposta de subida do salário mínimo está a ser discutida em conjunto pelos partidos de esquerda – Partido Socialista, Bloco de Esquerda e Partido Comunista.
Para Francisco Calheiros, "há que analisar um determinado número de factores", como a inflação ou a produtividade, antes de se avançar com qualquer alteração da legislação laboral ou do salário mínimo. A avançar, "o local indicado para discutir é na concertação social".
Para a CTP, "a estabilidade [política] é fundamental" para o sector do turismo. "A nossa grande preocupação neste momento é a estabilidade. Urge haver um Governo o mais rapidamente possível", reforçou. Uma das prioridades seria a adopção de uma política laboral mais adaptada às necessidades do sector.
Embora ainda não se sinta os efeitos do actual cenário de incerteza política, a garantia do turismo é de que "precisa de confiança para continuar a investir". "Estamos preocupados", resume o líder da CTP.
Francisco Calheiros recordou que as "empresas de turismo continuam a evidenciar ainda alguns problemas", o que coloca em causa a sua sustentabilidade. "Se os números [do crescimento turístico] parecem fantásticos, a realidade não é bem assim", alertou.