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Foi anterior Governo quem conduziu negociações para investimento em Torre de Moncorvo

As minas de ferro de Torre de Moncorvo são um dos maiores depósitos de minério de ferro da Europa.

21 de Outubro de 2011 às 14:20
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O antigo governador civil de Bragança disse hoje à Lusa que as negociações para a exploração de ferro em Torre de Moncorvo foram conduzidas pelo anterior Governo, que entregou ao novo executivo o processo já em fase de licenciamento.

Jorge Gomes adiantou ter sido o intermediário destas negociações depois de ter sido contactado no início de 2010 pela MTI -- Minning Technology Investments, a empresa que detém a concessão da mina desde 2008 e até 2070.

"Este processo arrasta-se há anos e no início de 2010 a MTI apareceu no Governo Civil para apresentar o projecto para proceder à exploração, depois de ter feito as necessárias prospecções", afirmou o antigo representante do Governo em Bragança.

Jorge Gomes disse que falou com o então ministro da Economia, Vieira da Silva, e ainda em 2010 teve lugar a primeira reunião em Lisboa no Ministério da Economia.

Disse ainda que "já este ano, com o projecto mais consolidado, a empresa requereu a licença de exploração, houve mais uma reunião no Ministério da Economia e, entretanto com a mudança de Governo, este foi um dos dossiers transferidos para o novo Governo".

Jorge Gome explicou que a empresa que esteve à frente das negociações foi a MTI, por ser a detentora da concessão, mas ao longo das negociações disse ter falado também com "investidores brasileiros, alemães e australianos" interessados na exploração.

"A única coisa que podemos desejar é que o processo já esteja em andamento", declarou, afirmando que este projecto foi desde logo "acarinhado e mereceu todo o empenho do anterior Governo".

O transporte tem sido apontado, nomeadamente pelo autarca de Torre de Moncorvo, o socialista Aires Ferreira, como um dos óbices do investimento mineiro, uma posição de que Jorge Gomes discorda.

O antigo governador garante que a proposta da empresa contempla todas as possibilidades: fluvial, ferroviária e rodoviária.

"A empresa tem estudos para todas elas, não vale a pena estarmos a criar problemas e constrangimentos quando esses obstáculos não existem para empresas desta dimensão", defendeu.

Uma nova alternativa que não constava dos estudos anteriores poderá ser a linha ferroviária de alta prestação anunciada recentemente pelo actual ministro da Economia, entre Aveiro e Salamanca (Espanha), como alternativa ao TGV.

As minas de ferro de Torre de Moncorvo são um dos maiores depósitos de minério de ferro da Europa, com recursos medidos e indicados de 552 milhões de toneladas de minério e recursos inferidos de mil milhões de toneladas.

O Ministério da Economia confirmou que uma das maiores empresas mineiras do mundo - a anglo-australiana Rio Tinto - quer investir cerca de mil milhões de euros nas jazidas de ferro que foram símbolo da exploração mineira no Nordeste Transmontano entre 1951 e 1992, altura em que a Ferrominas abandonou a exploração.

As jazidas são a céu aberto o que implica menores custos na exploração, para que contribuiu também a pureza do minério que dispensa tratamento.

As estimativas apresentadas pela MTI apontam para que a partir do quarto ano de exploração possa ser exportado anualmente ferro equivalente a 3,5 mil milhões de euros.
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