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Fitch: "É muito cedo para falar em subidas de rating"

O responsável máximo da Fitch alertou para riscos de Portugal e diz que prefere um programa cautelar a uma "saída limpa".

Bruno Simão/Negócios
18 de Fevereiro de 2014 às 13:53
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Portugal tem registado bons resultados económicos nos últimos meses mas partiu de uma situação "incrivelmente desafiante" e ainda não convenceu que conseguirá manter o ímpeto de reformas necessário para promover o necessário crescimento de médio e longo prazo.

 

Por isso, para a agência de notação de risco Fitch, "é muito cedo para falar de subidas de rating" e Portugal deveria mesmo recorrer a um programa cautelar que "mantenha a pressão para realizar as reformas", defendeu esta manhã em Cascais Paul Taylor, responsável máximo da empresa.

 

Portugal, de resto como outros países soberanos na periferia da Zona Euro, partiu de uma situação difícil com um "sistema bancário fraco, um soberano muito endividado e um crescimento baixo", isto num contexto de envelhecimento populacional. O essencial, defendeu, será conseguir "suster o crescimento económico por um período longo de tempo".

 

O CEO da Fitch, que falou numa conferência organizada pela "The Economist", considerou que "é

As coisas estão a mover-se na direcção certa mas é preciso mostrar crescimento sustentável e garantir a sustentabilidade do nível de dívida que é ainda incrivelmente alto.
 
Paul Taylor
CEO da Fitch

demasiado cedo para falar de uma subida de 'rating' do País", mas não excluiu uma melhoria da perspectiva "negativa" que a agência tem sobre a dívida nacional. A próxima avaliação está marcada para 11 de Abril, já depois da provável data (Eurogrupo de 1 de Abril) para esclarecimento sobre o recurso do País a um programa cautelar, um instrumento que a Fitch recomenda.  

 

"Nós preferimos uma linha de crédito cautelar pois mantém a pressão para realizar as reformas", defendeu Taylor para quem a questão central é a de saber se o País "consegue manter o crescimento económico e a vontade política para manter a estabilidade do programa" de reformas.  

 

"As coisas estão a mover-se na direcção certa", mas "é preciso mostrar crescimento sustentável e garantir a sustentabilidade do nível de dívida que é ainda incrivelmente alto", defendeu.

 

 

O recurso a um programa cautelar não foi considerado tão importante por Peter Praet, o economista-chefe do BCE, que participou no mesmo debate. "O que é importante é encontrar uma forma de sinalizar um compromisso com as reformas", o que pode ser conseguido sem um programa cautelar, defendeu.

 

Peter Praet mostrou-se surpreendido com as boas notícias do ajustamento português, tendo classificado os últimos resultados da economia nacional como "impressionantes". "Os últimos resultados são impressionantes. Estamos surpreendidos" com as boas notícias dos últimos meses, reforçou o responsável do BCE, contrapondo as boas surpresas de agora com as más surpresas do passado, nomeadamente o acumular de desequilíbrios.  

 

O economista-chefe do banco central aproveitou o palco de Cascais para avisar no entanto que apesar dos bons resultados, Portugal enfrenta desafios enormes, sendo o maior a manutenção do ímpeto de reformas: "Os maiores riscos são a fadiga de reforma e no fim do dia a questão é sempre a mesma: será possível encontrar o apoio da população e garantir a propriedade do processo de reforma."

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