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Estabilidade governamental ou democracia? Portugueses dividem-se
Maioria dos europeus prefere a democracia, mas os portugueses estão indecisos.
Os portugueses estão divididos entre a estabilidade governamental e a democracia, mesmo que a primeira implique um governo não democrático. Os resultados destoam da média dos europeus que prefere a democracia.
Face aos conflitos recentes no Médio Oriente e no Norte de África, os inquiridos tiveram de escolher entre duas afirmações: "a estabilidade é mais importante, mesmo que isso signifique aceitar um Governo não democrático" ou "a democracia é mais importante, mesmo que conduza a um período de instabilidade”. A maioria dos europeus (58%) e uma grande parte dos norte-americanos (47%) escolheu a democracia.
Foi em Itália e na Suécia (73%), em Espanha (71%), em França (69%) e na Alemanha (55%) que se obteve um maior número de respostas a favor da democracia. Portugal insere-se contudo no lado dos países onde a estabilidade tem muitos adeptos. 47% dos portugueses prefere a democracia e 47% dá preferência à estabilidade governamental.
Mas questionados sobre se a guerra é por vezes necessária para obter justiça, 73% dos portugueses disseram que não. Na Europa a percentagem é de 69%. Já nos Estados Unidos 68% dos cidadãos concordam com o recurso à guerra.
Ainda a propósito da segurança transatlântica, 33% dos norte-americanos, 42% dos europeus e 40% dos turcos consideram que o seu papel na parceria transatlântica, no âmbito da segurança e assuntos diplomáticos, deveria ter uma abordagem mais independente.
Neste sentido, a NATO é considerada “essencial” por 58% dos europeus inquiridos e por 55% dos norte-americanos.
Estes resultados constam da 12ª sondagem anual de opinião pública “Transatlantic Trends 2013”, conduzida pelo German Marshall Fund of the United States e pela Compagnia di San Paolo, com o apoio da Fundação Luso-Americana, em Portugal, da BBVA, em Espanha, da Fundação Communitas, na Bulgária, do Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco e do Barrow Cadbury Trust, no Reino Unido. As opiniões foram recolhidas entre 3 e 27 de Junho deste ano pela "TNS Opinion" nos Estados Unidos, Turquia e em 11 Estados membros da União Europeia: Alemanha, Eslováquia, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia e Suécia.