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Inflação e contas da banca foram receita perfeita para "rally" em Wall Street
O desacelerar da inflação subjacente nos Estados Unidos e resultados positivos dos bancos norte-americanos no quarto trimestre deram força a Wall Street e inverteram as perdas de início de ano do S&P 500.
Os números de dezembro da inflação subjacente nos Estados Unidos, que desaceleraram inesperadamente em dezembro, e os resultados positivos dos maiores bancos também do lado de lá do Atlântico impulsionaram os principais índices em Wall Street, que assinalaram ganhos significativos esta quarta-feira.
O industrial Dow Jones avançou 1,65%, para os 43.221,55 pontos, enquanto o S&P 500 somou 1,83% para 5.949,91 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite pulou 2,45% para 19.511,23 pontos. Os dois índices tiveram o melhor dia em mais de dois meses, enquanto o S&P 500 teve a melhor sessão desde novembro
A inflação subjacente acelerou 3,2%, um valor que fica abaixo das expectativas de 3,3% dos economistas. Já a variação mensal da inflação geral acelerou para 0,4% no último mês do ano, face aos 0,3% esperados, enquanto os preços subiram 2,9% face a dezembro de 2023 - em linha com o esperado.
Na interpretação destes dados, os investidores dividem-se entre a inflação subjacente abaixo do esperado, com a menor subida em seis meses, e a maior subida mensal da inflação em quase um ano. Certo é que os "traders" anteciparam um cenário de corte de juros pela Reserva Federal de setembro para julho, reforçando expectativas de que o banco central deverá manter a trajetória de descida das taxas diretoras este ano.
Também os juros da dívida soberana dos Estados Unidos a dez anos aliviaram e afastaram-se assim dos 5%. A reação combinada do mercado acionista e obrigacionista traduziu-se na melhor sessão de negociação para um dia em que foi conhecida a taxa de inflação dos EUA desde outubro de 2023, indica a Bloomberg.
"O mercado foi encorajado pela desaceleração da inflação subjacente, que aliviou alguma pressão sobre os mercados de ações e obrigações que tiveram um mau início de ano, devido aos receios relativamente à inflação e às preocupações de que a Fed não só deixasse de reduzir as taxas de juro, como também pudesse inverter o rumo", explicou à Bloomberg Chris Zaccarelli da Northlight Asset Management.
Ainda a centrar atenções está o início da época de resultados que começou, como habitual, com o setor da banca. O Goldman Sachs mais do que duplicou os lucros e subiu 5,71%, enquanto o JPMorgan (1,14%) e o Wells Fargo (5,74%) ultrapassaram as expectativas dos analistas relativamente ao resultado positivo no último trimestre do ano. Já o Citigroup regressou aos lucros e avançou 5,71%.
Ainda no setor financeiro, a maior gestora de ativos do mundo BlackRock terminou o quarto trimestre com um recorde de 11,6 biliões de dólares sob gestão e alcançou receitas melhores do que o esperado pelos analistas e ganha 3,3%.