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Economistas permanecem cautelosos apesar de crescimento surpreendente do PIB

O produto interno bruto português (PIB) registou um crescimento de 0,3%, no segundo trimestre, registando o maior crescimento desde o último trimestre de 2007. Economistas, ainda que surpresos, contêm-se nos festejos.

13 de Agosto de 2009 às 11:36
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O produto interno bruto português (PIB) registou um crescimento de 0,3%, no segundo trimestre, registando o maior crescimento desde o último trimestre de 2007. Economistas, ainda que surpresos, contêm-se nos festejos.

Após três trimestres consecutivos de queda em cadeia, a economia portuguesa regressa a crescimentos positivos no segundo trimestre, sinalizando que está a recuperar da recessão que iniciou em 2008. Em termos técnicos a economia portuguesa sai mesmo de recessão, pois basta um trimestre positivo para tal acontecer.

Porém, os economistas permanecem cautelosos. “É um pouco cedo para falar em recuperação, porque a queda foi muito grande no primeiro trimestre”, advertiu ao Negócios a economista do BPI, Teresa Gil Pinheiro. “Possivelmente, o comportamento mais positivo em Portugal reflectirá uma queda mais forte das importações, que a se verificar confirmará a fragilidade da procura”, explicou.

Também Augusto Mateus afasta “uma situação de recuperação”, justificando que “como são índices em cadeia [em comparação com o trimestre anterior] nem têm sequer essa expressão". Ainda assim, "esta é uma indicação forte de que o sentimento genérico de que a recessão já bateu no fundo é um sentimento com pés para andar, mas não no sentido que agora é sempre a subir”, sublinhou.

“Essas coisas não são imediatas. Não se está à espera que o PIB suba em cadeia 0,3% e ficamos todos felizes”, frisou o economista ao Negócios.

Crescimento nos próximos trimestres será "fraco"

Para os próximos tempos também não são esperados milagres. “Crescer em termos do PIB anual será difícil. Que as variações em cadeia venham a ser positivas não será estranho (…) mas os próximos trimestres serão sempre fracos, tendo em conta os indicadores que existem”, concluiu a economista do BPI.

Só talvez para o ano seja possível começar a falar em recuperação ou “retoma gradual”, segundo Teresa Pinheiro. Porém, “há (ainda) muita incerteza nomeadamente em relação à evolução do crédito, porque a banca continua muito restritiva na concessão de crédito, o que limita o investimento”.

Por esta recessão estar associada a grandes mudanças qualitativas, o economista Augusto Mateus considera que “vamos ter não propriamente uma retoma mas um novo ciclo de crescimento”. “Se a essas mudanças não corresponderem novas reformas, eventualmente, o período que se segue será mais tímido”, acrescentou.

Para Augusto Mateus “o sinal mais forte vai ter que ser dado pelo comércio internacional. Temos que ver se nos próximos meses o comércio internacional dá mostras que se está a reactivar significativamente”, para se poder falar em fim da crise.

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