O desemprego atingiu em Setembro o valor mais alto de sempre, sinal de que as previsões que apontam para taxas de desemprego na ordem dos 11% em 2010 poderão concretizar-se.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) deu conta de 510.356 desempregados no final do mês de Setembro, o que representa um aumento de 29,1% em relação a Setembro de 2008 e mais 1,7% em relação a Agosto. Na prática, os centros de emprego tinham registado mais 115 mil pessoas do que no ano passado e mais 8.693 em comparação com o mês anterior.

Mas se as estatísticas do IEFP mostram que o crescimento do desemprego em Setembro é “normal”, já o número de pessoas que ficou sem trabalho é inédito.

O presidente do IEFP, Francisco Madelino, garantiu, à Lusa, que o desemprego “tem vindo a estabilizar, embora em Setembro tenha voltado a crescer, o que é normal tendo em conta a existência de menos actividades sazonais". O responsável tentou relativizar os números, frisando que o desemprego em Portugal "continua a ter valores elevados, como em todo o mundo", mas tem evoluído de forma menos acentuada relativamente aos países da OCDE e da União Europeia.

Nenhuma região escapou ao aumento do desemprego, mas continua a ser mais expressivo no Algarve (88,2%). Ainda assim, quase 45% dos desempregados, ou seja 228.318, vivem no Norte.Os trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio, o pessoal de segurança, empregados de escritório e trabalhadores da construção civil forma as profissões mais afectadas.

O fim de trabalho não permanente é a principal causa apontada pelos desempregados, tendo representado 42,4% das inscrições, seguindo-se o despedimento, com um peso de 15,5% no total.