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Derrota nas eleições municipais leva Lula da Silva à reflexão

O partido de Lula da Silva, presidente da República Brasileira, saiu derrotado na segunda volta das eleições municipais que decorreram ontem, tendo perdido duas das cidades mais importantes do Brasil – São Paulo e Porto Alegre –, o que levará o governo a

01 de Novembro de 2004 às 11:41
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O partido de Lula da Silva, presidente da República Brasileira, saiu derrotado na segunda volta das eleições municipais que decorreram ontem, tendo perdido duas das cidades mais importantes do Brasil – São Paulo e Porto Alegre –, o que levará o governo a uma reflexão. Contudo, ninguém acredita numa reforma ministerial activa.

O Partido Trabalhista (PT) cedeu o lugar na câmara municipal de São Paulo, a maior cidade do Brasil, ao candidato José Serra, o mesmo que perdeu frente a Lula da Silva nas últimas eleições presidenciais. José Serra obteve o apoio de mais de três milhões de paulistas, conseguindo 55% dos votos, derrotando a actual presidente da Câmara, Marta Suplicy.

Os analistas políticos acreditam que vários factores condicionaram a derrota, como o facto da candidata do PT ter enfrentado «um candidato presidencial, do principal partido de oposição» ao governo de Lula da Silva e da opinião favorável que a população ficou de José Serra quando ministro da Saúde.

Além de perder a capital paulista, o PT sofreu outro duro golpe no domingo ao ver o fim de uma hegemonia de 16 anos em Porto Alegre, onde o ex-prefeito Raul Pont foi derrotado por José Fogaça (PPS).

Com isto, o presidente do PT, José Genoino comentou que fará uma análise com «cabeça fria e humildade» sobre o que aconteceu de errado e o que resultou nestas eleições.

Apesar dos reveses, o PT obteve 11 vitórias entre as 23 cidades nas quais disputou a segunda volta. Mas somada a população das cidades onde venceu, vê-se que a oposição está a ganhar espaço.

O principal partido da oposição, o partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, passou a governar 16 milhões de pessoas com as cidades ganhas, enquanto que o PT soma pouco menos da metade disso, 7,5 milhões, segundo cálculos da Reuters.

Mas, José Dirceu, ministro da Casa Civil não quer falar em derrotas. O PT, no seu entender, sai fortalecido por ter sido o mais votado na segunda volta, assegurando que a perda das eleições em São Paulo e Porto Alegre não vão afectar as eleições presidenciais de 2006. «O Fernando Henrique Cardoso disputou duas eleições presidenciais sem ter São Paulo e as principais cidades e venceu», lembrou Dirceu.

A vitória da oposição é vista como um o fortalecimento do nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, rumo a uma nova disputa contra o PT nas eleições presidenciais daqui a dois anos.

É hora de reavaliação pelo governo de Lula da Silva. O presidente vai dedicar-se à revitalização do seu governo, com algumas alterações pontuais e buscar a unificação da base de apoio ao governo.

O ministério da Defesa, José Viegas deve ser um dos envolvidos na reestruturação que não será uma reforma ministerial ampla. Um dos outros ministros citados para sair, Humberto Costa, da Saúde, saiu fortalecido nestas eleições, uma vez que o candidato que apoiou venceu a disputa no Recife já na primeira volta.

Ao contrário do que vinha sendo equacionado, ontem, um ministro informou que está fora da intenção do governo brasileiro em colocar Marta Suplicy, agora derrotada, à frente de uma pasta ministerial.

*Correspondente em São Paulo.

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