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Rússia supera em quatro meses défice orçamental previsto para todo o ano

O Ministério das Finanças russo explica que a queda "está associada a uma base de comparação elevada no ano passado, a uma diminuição dos preços do petróleo dos Urais e a uma diminuição das exportações de gás natural".

Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via Reuters
11 de Maio de 2023 às 08:48
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O défice orçamental da Rússia atingiu 3,4 biliões de rublos (40,9 mil milhões de euros) nos primeiros quatro meses do ano, superando a previsão para 2023, sobretudo devido à queda nas receitas de petróleo e gás.

De acordo com dados divulgados esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças russo, as receitas totalizaram 7,8 biliões de rublos (93,1 mil milhões de euros) entre janeiro e abril, menos 22,4% do que no mesmo período de 2022.

Em contraste, as despesas aumentaram em 26,3% nos primeiros quatro meses do ano, atingido 11,2 biliões de rublos (134,1 mil milhões de euros), disse o ministério chefiado por Anton Siluanov.

O orçamento foi afetado por uma queda de 52,3% em termos anuais, para 2,3 biliões de rublos (27.309 milhões de euros), nas receitas tributárias sob o petróleo e gás russos, alvo de sanções internacionais devido à invasão da Ucrânia.

O Ministério das Finanças explicou em comunicado que a queda "está associada a uma base de comparação elevada no ano passado, a uma diminuição dos preços do petróleo dos Urais e a uma diminuição das exportações de gás natural".

O Governo russo sustenta, no entanto, que "a dinâmica mensal das receitas de petróleo e gás está gradualmente a entrar numa trajetória estável correspondente ao nível base": oito biliões de rublos (95,7 mil milhões de euros) por ano.

No orçamento russo para 2023, o défice que o Estado previa foi fixado em 2,9 biliões de rublos (35 mil milhões de euros), ou seja, 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na semana passada, Anton Siluanov afirmou que ainda não pretende alterar os pontos de referência para a execução do orçamento em 2023, embora não tenha descartado desvios para melhor ou pior.

"Até agora, esses pontos de referência não mudaram, mas dizer que [o défice] será exatamente 2% [do PIB] é dar estimativas incorretas. Pode haver desvios numa direção ou noutra. Vamos ver o que acontece com as receitas do petróleo e gás", disse o ministro.
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