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Economia da Ucrânia resiste apesar da guerra e pode crescer em 2024

O PIB ucraniano caiu 29,1% em 2022, ano em que o país foi invadido pela Rússia, mas a economia do país poderá crescer 0,6% este ano e 4% em 2024.

Valentyn Ogirenko/Reuters
15 de Maio de 2023 às 14:57
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A Comissão Europeia indica, nas primeiras previsões económicas que abrangem a Ucrânia enquanto país candidato à União Europeia (UE), que a economia ucraniana se tem revelado "resistente apesar da guerra", antevendo "recuperação moderada" aquando da reconstrução em 2024.

"Apesar da guerra, a economia [ucraniana] tem-se mostrado resistente", observa o executivo comunitário nas previsões económicos de primavera, divulgadas esta segunda-feira, nas quais dedica pela primeira vez um capítulo aos novos países com estatuto candidato à UE, Ucrânia e Moldova.

Referindo-se a Kiev, Bruxelas aponta que "a deslocação da população, a fraca atividade empresarial e a grave contração da produção nas regiões em que o combate está ativo resultaram numa inflação elevada e no aumento do desemprego", além de que "os ataques russos à rede elétrica no final de 2022 e no início de 2023 destruíram ou danificaram gravemente metade das infraestruturas elétricas".

Ainda assim, registou-se "uma resiliência mais forte do que o esperado das infraestruturas energéticas críticas e iniciativas de solidariedade de apoio a uma assistência substancial", que, de acordo com a Comissão Europeia, podem levar "a uma ampla estabilização da produção económica em 2023.

"Partindo do pressuposto de que estão reunidas as condições para um aumento gradual dos primeiros esforços de reconstrução a partir de meados de 2024, o PIB [Produto Interno Bruto] real deverá registar uma recuperação moderada nesse ano", observa a instituição europeia.

A Comissão Europeia avisa, contudo, que "será também necessário um ambicioso programa de reformas para alinhar o país com a sua trajetória europeia", para uma redução do papel do Estado na economia, a resolução do "problema endémico" da corrupção, a melhoria da eficácia do sistema judiciário e o reforço da aplicabilidade dos direitos de propriedade.

Segundo as previsões agora publicadas, o PIB ucraniano caiu 29,1% em 2022, ano em que o país foi invadido pela Rússia, mas a economia da Ucrânia poderá crescer 0,6% este ano e 4% em 2024.

Também se prevê que a inflação "se mantenha elevada, em cerca de 20%, ao longo de 2023 e que diminua progressivamente em 2024".

Excluindo subvenções, o Governo ucraniano prevê um défice orçamental de 28,2% do PIB em 2023, resultando numa dívida pública prevista de 81,5% do PIB.

Quanto ao desemprego deverá manter-se em cerca de 15% em 2023 e diminuir em 2024, à medida que a atividade de reconstrução se intensifica.

"As perspetivas estão, no entanto, sujeitas a uma incerteza extraordinária e dependem, em grande medida, da evolução da guerra", salvaguarda o executivo comunitário, assinalando que, até ao início da invasão russa do país, "as finanças públicas estavam também numa base sólida".

O Conselho Europeu concedeu à Ucrânia e à Moldávia o estatuto de candidatos à adesão à UE em junho de 2022.

Também nesse ano, em fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia, o que levou a que a economia ucraniana caísse quase um terço, no ano passado, face à destruição e ao êxodo populacional, de cerca de sete milhões de pessoas.

Alguns destes cidadãos já regressaram à Ucrânia, mas estima-se que cerca de quatro milhões de pessoas ainda se encontrem sob proteção temporária no estrangeiro, principalmente na UE.
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