A Coreia do Norte ameaça realizar um novo ensaio nuclear num altura em que os Estados Unidos levantam dúvidas em relação ao teste realizado na passada segunda-feira.

Pyongyang advertiu hoje para a possibilidade de vir a realizar um novo ensaio nuclear. Esta decisão "está dependente da política seguida pelos Estados Unidos em relação ao nosso país", disse o número dois do regime coreano, Kim Yong-Nam em declarações à agência noticiosa Kyodo.

Yong-Nam afirmou ainda que o regresso da Coreia do Norte à mesa das negociações vai depender da atitude do governo norte-americano.

As conversações estão paradas desde Novembro de 2005, após o boicote da Coreia do Norte em protesto pelo bloqueio imposto pelos Estados Unidos há cerca de um ano.

Entretanto, surgiram dúvidas que o ensaio realizado na passada segunda-feira pela Coreia do Norte tenha sido nuclear. A explosão subterrânea provocou um terramoto de 4,2 graus na escala de Ritcher mas até agora não existem mais evidências que este teste tenha sido nuclear.

Alguns especialistas consideram que se o ensaio tivesse sido nuclear a intensidade do sismo teria sido maior. "Pode ter sido um teste com material altamente enriquecido mas não nuclear", explicou Anthony Cordesman, membro do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, pode ainda "levar algum tempo até que se saiba exactamente o que se passou".

A ministra francesa da defesa, Michele Alliot-Marie, também manifestou dúvidas sobre a veracidade do ensaio. "Dada a fraca potência é difícil saber se foi uma explosão com explosivos clássicos ou se se tratou de um ensaio nuclear", referiu a ministra. Em qualquer dos casos "esta é uma situação grave" e "a atitude da Coreia do Norte vai contra todas os tratados das instituições internacionais sobre proliferação de armas nucleares", acrescentou Alliot-Marie.