Uma hora menos um minuto ou, simplesmente, 59 minutos, foi a quantidade de tempo que demorou o primeiro discurso de Jeremy Corbyn (na foto) enquanto líder do Partido Trabalhista britânico. Apelidado de perigoso esquerdista por muitos adversários, mas também por vários camaradas de partido, Corbyn não deixou goradas as expectativas e proferiu palavras de aproximação à esquerda.

Desde logo, começou por prometer a delineação de um programa trabalhista que garanta a "mudança" e coloque um "fim à injustiça" que grassa na sociedade britânica. Nesse sentido, prometeu o fim das políticas de austeridade que têm marcado a governação conservadora dos últimos anos.

Jeremy Corbyn proclamou que com a sua liderança, o Partido Trabalhista "vai defender o investimento público em infra-estruturas, emprego qualificado e educação", proclamou o político, citado pelo The Guardian, ainda antes de prometer o fim dos critérios de selecção escolar porque "temos aspirações para todas as crianças e não apenas para algumas".

Já em resposta aos críticos que como Tony Blair, ex-primeiro-ministro trabalhista, têm criticado no seio do partido o actual líder, garantiu estar disponível para "ouvir todas as vozes". E mesmo apelando à unidade do partido, Corbyn afiança que tudo fará para fazer regressar os "verdadeiros valores" para a política britânica.

Num discurso com um tom algo conciliador, Jeremy Corbyn aproximou-se da esquerda ao defender a renacionalização das auto-estradas e criticou os jornais de direita que têm tentado minar a sua liderança.