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Consumidores poderão ter de pagar centenas de euros a mais pelo carro

Os consumidores portugueses que pretendam comprar automóvel em 2009 poderão contar com preços finais várias centenas de euros acima dos actuais, como reflexo das medidas fiscais previstas no Orçamento do Estado. Veja aqui as simulações feitas pela PWC.

17 de Outubro de 2008 às 12:31
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Os consumidores portugueses que pretendam comprar automóvel em 2009 poderão contar com preços finais várias centenas de euros acima dos actuais, como reflexo das medidas fiscais previstas no Orçamento do Estado.

Simulações feitas pela PricewaterhouseCoopers (PwC) para o Negócios mostram que nas versões a gasóleo do Renault Clio e do Opel Astra os preços finais serão 3% e 3,7% mais altos do que os actuais (ver tabela abaixo). As versões a gasolina serão 0,6% e 1,1% mais caras, segundo as mesmas contas.

Estes aumentos resultam de subidas de dois dígitos na factura a pagar pela componente ambiental do Imposto Sobre Veículos (ISV). Esta componente cresce 15% no Astra a gasolina e 19,5% no de gasóleo e 27% no Clio a gasolina e 14% no de gasóleo, segundo a PwC. Os cálculos estão em linha com as contas da ACAP - Associação Automóvel de Portugal, que apontam para um aumento médio de 10% no ISV na gasolina e de 11,3% no gasóleo. Também o Automóvel Club de Portugal (ACP) fez contas, concluindo que um Opel Agila 1.0 Essencia terá um aumento de 1,59% (168 euros) no preço de venda e um Peugeot 308 SW Sport 1.6 HDi 110 terá um aumento de 4,81% (1.304 euros).

O sector do comércio automóvel está transtornado com as medidas fiscais. As associações temem redução da procura e fecho de concessionários e apontam contradições na estratégia do governo para as pequenas e médias empresas (PME) e para o ambiente. As medidas no Orçamento do Estado visam estimular o uso de carros mais amigos do ambiente, mas as empresas do sector acreditam que o efeito pode ser o inverso. Com os automóveis a gasóleo a ficarem mais caros, poderá haver um reforço da procura por veículos a gasolina, mais poluentes.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, negou ontem a tese da ACAP. "Não há aumento do imposto automóvel", disse. "O que existe é uma progressão dos escalões para uma maior exigência ambiental, de forma a manter o ímpeto e a intenção ambiental do próprio imposto", afirmou Carlos Lobo, citado pela Lusa.

Por outro lado, o ACP lançou um alerta sobre o abate de carros velhos. "Se esta proposta for aprovada o abate de viaturas deixa de ser incentivado e por isso estes carros poderão ser vendidos e continuar a circular mesmo sendo altamente poluidores e sem condições de segurança. Não será esta medida totalmente contraditória com os objectivos ambientais da política fiscal do Governo?", questiona o ACP.

A ACAP prometeu que se estas medidas governamentais forem em frente vai para os tribunais. "O governo lembra-se dos automóveis quando é para investir na indústria, mas não se lembra de que os modelos produzidos cá também devem ser consumidos cá", frisou o presidente da ACAP, José Ramos.

Três modelos, seis casos, todos com aumento no preço final











































































































































Fonte: PricewaterhouseCoopers; Cálculos para 2009 tiveram por base as taxas propostas no Orçamento do Estado para 2009, assumindo a penalização de 500 euros por emissões de partículas acima de 0,005 gramas por quilómetro onde foi possível apurar essa situação; Veículos analisados procuraram ser representativos das gamas baixa (Renault Clio), média (Opel Astra) e alta (BMW) do mercado.

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