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Constâncio surpreendido com investigações à banca

O Banco de Portugal não tem competências em matéria de inspecções tributárias, pelo que não teve qualquer envolvimento na investigação que as autoridades judiciais estão a efectuar a vários bancos portugueses, disse Vitor Constâncio, que se mostrou surpre

28 de Outubro de 2005 às 13:17
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O Banco de Portugal não tem competências em matéria de inspecções tributárias, pelo que não teve qualquer envolvimento na investigação que as autoridades judiciais estão a efectuar a vários bancos portugueses, disse Vitor Constâncio, que se mostrou surpreendido com este processo.

«Não tinha qualquer informação sobre o assunto, portanto fiquei tão surpreendido como quaisquer outras pessoas que tiveram a notícia num certo momento», disse Constâncio aos jornalistas, à margem de uma conferência organizada pela Ordem dos Economistas, no Porto.

Quatro bancos portugueses – BCP, BES, BPN e Finibanco – estão a ser investigados por alegadas práticas de branqueamento de capitais e fraude fiscal.

«Estamos a seguir o assunto por aquilo que os bancos nos transmitem e visto que, como se sabe, a operação está em segredo de justiça, o Banco de Portugal não teve qualquer envolvimento na medida em que o banco não tem competências em matéria de inspecções tributárias», disse o Governador do Banco de Portugal, acrescentando que «seguimos a situação através das informações que os bancos nos estão a transmitir».

«E estamos obviamente, dada a importância do assunto, à disposição para qualquer colaboração que nos seja solicitada nos termos da lei, visto que é muito importante na situação do país que a repressão à fraude fiscal seja eficaz», refere.

Apela a investigação rápida

Na mesma declaração, o Governador do Banco de Portugal apelou a que a investigação produza um resultado de forma célere.

«O que é importante é que, sem prejuízo dos objectivos da investigação, haja um esclarecimento atempado da solução final, e que não fique suspenso demasiado tempo este problema, nomeadamente em relação aos bancos, visto que a estabilidade financeira é muito importante para o país e para a economia portuguesa», disse.

«Espero que sejam mitigados no tempo quaisquer efeitos negativos que possam surgir desta situação», acrescentou o mesmo responsável, que se referia à «situação de debilidade e endividamento que temos» em Portugal.

«Não tenho neste momento nenhuma preocupação em especial a reportar ou a fazer eco. Estamos apenas a apreciar, em conjunto com os bancos, o alcance e o significado da situação criada», acrescentou.

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