Notícia
Como a greve geral está a afectar o país (act)
A primeira greve geral desde 1988 está a provocar a paralisação de muitos serviços e empresas em Portugal. Confira os números conhecidos até aqui, que permitem concluir que no sector público a adesão está muito superior ao verificado no privado, onde os níveis de adesão são reduzidos.
24 de Novembro de 2010 às 20:27
Veja aqui os números já conhecidos da adesão dos portugueses à greve geral, bem como dos seus efeitos e reacções, com base nas notícias da agência Lusa.
Esta notícia vai ser actualizada do longo do dia de hoje.
Reacções e números
de adesão
A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, afirmou hoje que a adesão à greve geral é "muito reduzida", tendo em conta os dados disponíveis até ao momento.
A adesão dos trabalhadores à greve geral na Administração Pública ronda os 28,56%, de acordo com a informação divulgada direcção-geral da Administração e do emprego público.
O secretário geral da UGT, João Proença, disse que a greve geral de hoje é a maior de sempre e ultrapassa a adesão registada há 22 anos, aquando da última greve geral conjunta.
Já o líder da CGTP, Carvalho da Silva, disse, por volta das 17h, que apesar de ainda não terem os números finais da adesão à greve “estiveram envolvidos mais de 3 milhões de trabalhadores portugueses”.
A adesão dos trabalhadores portugueses à greve de hoje representa a derrota do "conformismo, da resignação e do 'não vale a pena'", afirmou hoje o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou hoje na Autoeuropa, em Palmela, que a greve geral é um "enorme sucesso" com consequências políticas, mostrando a José Sócrates e a Pedro Passos Coelho que não representam o país.
O secretário de Estado da Administração Pública manifestou hoje o desejo de que a greve geral decorra com "civismo e no espírito da lei", reiterando ainda que os serviços mínimos em diversos sectores públicos estão a funcionar com normalidade.
O único deputado do Bloco de Esquerda na Madeira, Roberto Almada, envergou hoje, no início da sessão parlamentar madeirense, uma t-shirt de cor preta, com os dizeres "BE apoia greve geral".
Um piquete de greve da CGTP e o secretário-geral da central sindical, Carvalho da Silva, assinalaram hoje, no aeroporto de Lisboa, o início da greve geral contra "políticas que provocam desemprego, pobreza e regressão da economia".
Transportes
A CP não conseguiu assegurar os serviços mínimos no dia da greve geral, afirmou à agência Lusa uma fonte oficial da empresa ferroviária portuguesa. Entre as 00h00 e as 18h00 de hoje, segundo uma porta-voz da empresa, "o programa regular da CP teria sido de 1.199 comboios a nível nacional. Foram realizados 167, todos de serviços mínimos. Mesmo assim, a CP teria que assegurar mais 31 para cumprir o que foi decretado" em termos de serviço mínimo para o dia de greve.
A transportadora aérea açoriana SATA informou que a adesão à greve geral rondou os 20% nas várias empresas da transportadora aérea açoriana.
Todos os voos da ANA Aeroportos de Portugal, em Lisboa, Porto, Faro e Açores, foram até agora cancelados devido à greve geral de hoje.
Funcionários que não aderiram à greve e passageiros desprevenidos eram hoje as poucas pessoas que frequentavam o aeroporto de Lisboa, onde a maioria dos voos foi cancelada devido à greve geral.
O Metro de Lisboa tem as estações encerradas "por motivos de segurança" . O Metro de Lisboa "já não circula hoje", afirmou à Agência Lusa uma fonte oficial da empresa. O nível de adesão à greve situou-se nos 65%, afectando sectores da empresa que impossibilitaram a circulação e obrigaram à paralisação durante todo o dia, segundo a mesma fonte.
Já a Refer revelou que, durante a tarde, "todos os serviços mínimos foram assegurados". Durante a tarde, houve "um de dois" comboios que registou atraso" na Linha do Oeste e cinco comboios foram suprimidos, sendo quatro suburbanos de Lisboa e um regional da Linha do Douro, adiantou um porta-voz da Refer.
Já a Fertagus, o operador privado da travessia ferroviária do Tejo, "regista normalidade total, ou com alterações residuais, uma vez que a greve teve muito menos impacto na empresa", afirmou à Lusa a mesma fonte oficial da Refer.
A adesão à greve no subconcessionário de operação da Metro do Porto, ViaPorto, é de 90% nos agentes de condução e de 10% nas restantes funções, disse fonte da empresa.
As ligações fluviais entre Lisboa e a margem sul estão afectadas em 85%, nos barcos da Trantejo, e 84% nas travessias da Soflusa, onde fonte oficial da empresa referiu que não foram cumpridos os serviços mínimos.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário afirma que pelas 08h30 a adesão nas empresas do sector era "superior a 90%", o que demonstra "desde já o êxito da greve geral".
Entre as 00h00 e as 08h00 de hoje foram suprimidos 74,2% dos comboios normalmente previstos pela CP, na sua maioria em grandes centros urbanos.
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) destacou hoje de manhã a "grande adesão" no sector dos transportes à greve geral.
O serviço da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) está hoje a ser afetado por uma adesão à greve na ordem dos 80%, de acordo com o sindicato mais representativo dos trabalhadores. A empresa diz que a adesão dos motoristas é de 63%.
A Carris tinha, pelas 06h15 de hoje, cerca de 40% dos serviços de transporte programados em funcionamento, adiantou à agência Lusa fonte oficial da empresa. Às 8h00 de hoje, a empresa tinha garantido 30% da oferta de serviços, segundo a Carris.
Empresas públicas e do Sector Empresarial do Estado
No banco do Estado, "a esmagadora maioria das agências não abriram" reclama o Sindicato, que aponta para uma adesão à greve de 80% na Caixa Geral de Depósitos.
A Caixa Geral de Depósitos informa também que no contexto da Greve Geral realizada hoje em Portugal, “mantém 75% das Agências em Lisboa abertas, e 55% na totalidade do País”.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), com cerca de 760 trabalhadores, estão hoje com a produção "completamente parada", devido a uma adesão à greve superior a 90%, informou fonte sindical.
A União dos Sindicatos de Lisboa acusou hoje a Polícia de agressões ao piquete de greve dos trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo, situação negada pela PSP que diz estar no local para garantir que quem quer trabalhar o faça.
Serviços públicos
Segundo o sindicato da administração fiscal, a adesão à greve entre os trabalhadores do fisco era, ao meio-dia, de 72%, o que resultou no encerramento de 80% dos serviços de repartições de Finanças.
A adesão à greve de hoje por parte dos magistrados do Ministério Público situava-se, às 12:00, nos 87%, avançando o sindicato que "muitos" tribunais estão encerrados e os restantes com serviços mínimos.
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou hoje, em comunicado, que a adesão à greve geral está a ser "significativa" na administração pública central.
O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais alertou hoje em comunicado para aquilo que considera serem violações do direito à greve em cinco corporações do país, que está a ter uma adesão média de 88% no sector.
O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) disse hoje que "os objectivos foram atingidos" na greve geral, com taxas de adesão entre 40%, na Universidade de Coimbra, e 95%, numa escola do Instituto Politécnico de Lisboa.
A greve geral de hoje encerrou 32% das escolas públicas, sendo a taxa de adesão à paralisação de 23% nos professores e de 38% no pessoal não docente, informou o Ministério da Educação. Os dados até, por volta das 17h, revelam que, pelo menos, 179 estabelecimentos de ensino encerraram hoje, segundo os dados ainda provisórios da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
A adesão dos professores à greve geral de hoje é a maior de sempre numa paralisação não sectorial, assegura o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, sublinhando que há "cidades inteiras sem aulas.
A adesão dos enfermeiros à greve geral de hoje é, a nível nacional, de 75% no turno entre as 08:00 e as 16:00, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
A recolha de lixo em território nacional está praticamente paralisada desde a meia noite, momento em que se iniciou a greve geral de 24 horas decretada pelas duas centrais sindicais.
A maioria das Câmaras de todo o país têm hoje os seus serviços encerrados devido à greve geral, uma paralisação que em alguns casos não reúne consenso nos números apresentados pelos sindicatos e autarquias.
A adesão à greve geral dos trabalhadores da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) atingiu os 28%, tendo os serviços funcionado dentro da normalidade, revelou hoje a empresa.
Escolas fechadas, serviços de atendimento ao público das autarquias encerrados, lixo por recolher, transportes aéreos e marítimos entre as ilhas condicionados e hospitais com serviços mínimos são alguns dos efeitos mais visíveis da greve geral nos Açores.
O responsável pela UGT na Madeira revelou hoje que a adesão à greve na região atingiu os 50%, um número que, apesar de inferior à média nacional, "é a melhor e mais expressiva" de sempre neste arquipélago.
Empresas privadas
No sector do calçado a adesão à greve geral foi de 2,3% disse hoje à Lusa fonte oficial da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, de Componentes e Artigos de Pele (APICCAPS). Os dados referem-se ao meio-dia, mas os responsáveis dizem que durante a tarde não se verificaram alterações.
As adesões à greve geral na indústria portuguesa não ultrapassam os 4%, com excepção dos trabalhadores dos portos, de acordo com dados da CIP, a que a agência Lusa teve acesso.
O presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), Ricardo Pedrosa Gomes, disse à Lusa não ter qualquer indicação de adesões à greve "nas poucas obras em curso".
A adesão à greve geral nos trabalhadores das indústrias metalúrgicas e metalomecânicas ficou hoje em 1,23%, disse à Lusa a associação representativa do setor, enquanto o sindicato dos metalúrgicos do Norte estima adesões bem mais altas.
O sindicato dos operários Corticeiros do Norte adiantou hoje que a adesão à greve no distrito de Aveiro, onde a indústria transformadora do sector predomina, está a ser reduzida porque os trabalhadores não querer perder um dia de salário.
O director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz, disse hoje à Lusa que a adesão à greve geral no sector é de 1,56%, "em linha com o esperado".
A greve geral não teve impacto nas pequenas e médias empresas portuguesas, que estão a trabalhar ao ritmo habitual, disseram à Lusa vários empresários.
As entidades bancárias que operam em Portugal registaram um impacto mínimo ou quase nulo da greve geral, com todas, à exceção da Caixa Geral de Depósitos, a afirmarem que os balcões abriram e que todos os departamentos funcionam com normalidade.
Dependências bancárias e supermercados visitados hoje pela Lusa registam uma afluência normal e, no caso dos bancos, toda a equipa veio trabalhar e o número de clientes foi "o de um dia normal", apesar da greve geral.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares (STHTRS), Adolfo Freitas, considerou hoje que a greve geral na Madeira está a decorrer "dentro das expectativas" na "ordem dos 40%".
O sector do comércio e serviços não teve qualquer registo de adesão à greve geral, disse à Lusa fonte da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
Cerca de 70% dos inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) aderiram à greve geral, segundo dados da associação sindical que os representa.
Diversos grupos de media em Portugal afirmam que o dia de trabalho de hoje tem sido normal, enquanto o Sindicato dos Jornalistas destaca a adesão à greve geral dos trabalhadores da agência Lusa e da RTP. Cofina, Controlinveste, Impresa e Grupo Lena foram alguns dos grupos que, contactados pela Lusa, sublinharam notar hoje poucas alterações ao ritmo de trabalho por comparação com um dia normal. O Sindicato dos Jornalistas, por seu turno, fez até meio da tarde uma "avaliação positiva" da greve geral, destacando a expressão "bastante significativa" na agência Lusa e o "grande significado da luta" na RTP.
Incidentes
Um maquinista da CP ficou hoje ferido depois do comboio, em serviço mínimo de greve, ter sido atingido por várias pedras alegadamente lançadas à saída de um túnel no Marco de Canaveses, confirmou à Lusa fonte sindical.
A União dos Sindicatos de Lisboa acusou hoje a Polícia de agressões ao piquete de greve dos trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo, situação negada pela PSP que diz estar no local para garantir que quem quer trabalhar o faça.
Esta notícia vai ser actualizada do longo do dia de hoje.
de adesão
A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, afirmou hoje que a adesão à greve geral é "muito reduzida", tendo em conta os dados disponíveis até ao momento.
A adesão dos trabalhadores à greve geral na Administração Pública ronda os 28,56%, de acordo com a informação divulgada direcção-geral da Administração e do emprego público.
O secretário geral da UGT, João Proença, disse que a greve geral de hoje é a maior de sempre e ultrapassa a adesão registada há 22 anos, aquando da última greve geral conjunta.
Já o líder da CGTP, Carvalho da Silva, disse, por volta das 17h, que apesar de ainda não terem os números finais da adesão à greve “estiveram envolvidos mais de 3 milhões de trabalhadores portugueses”.
A adesão dos trabalhadores portugueses à greve de hoje representa a derrota do "conformismo, da resignação e do 'não vale a pena'", afirmou hoje o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou hoje na Autoeuropa, em Palmela, que a greve geral é um "enorme sucesso" com consequências políticas, mostrando a José Sócrates e a Pedro Passos Coelho que não representam o país.
O secretário de Estado da Administração Pública manifestou hoje o desejo de que a greve geral decorra com "civismo e no espírito da lei", reiterando ainda que os serviços mínimos em diversos sectores públicos estão a funcionar com normalidade.
O único deputado do Bloco de Esquerda na Madeira, Roberto Almada, envergou hoje, no início da sessão parlamentar madeirense, uma t-shirt de cor preta, com os dizeres "BE apoia greve geral".
Um piquete de greve da CGTP e o secretário-geral da central sindical, Carvalho da Silva, assinalaram hoje, no aeroporto de Lisboa, o início da greve geral contra "políticas que provocam desemprego, pobreza e regressão da economia".
Transportes
A CP não conseguiu assegurar os serviços mínimos no dia da greve geral, afirmou à agência Lusa uma fonte oficial da empresa ferroviária portuguesa. Entre as 00h00 e as 18h00 de hoje, segundo uma porta-voz da empresa, "o programa regular da CP teria sido de 1.199 comboios a nível nacional. Foram realizados 167, todos de serviços mínimos. Mesmo assim, a CP teria que assegurar mais 31 para cumprir o que foi decretado" em termos de serviço mínimo para o dia de greve.
A transportadora aérea açoriana SATA informou que a adesão à greve geral rondou os 20% nas várias empresas da transportadora aérea açoriana.
Todos os voos da ANA Aeroportos de Portugal, em Lisboa, Porto, Faro e Açores, foram até agora cancelados devido à greve geral de hoje.
Funcionários que não aderiram à greve e passageiros desprevenidos eram hoje as poucas pessoas que frequentavam o aeroporto de Lisboa, onde a maioria dos voos foi cancelada devido à greve geral.
O Metro de Lisboa tem as estações encerradas "por motivos de segurança" . O Metro de Lisboa "já não circula hoje", afirmou à Agência Lusa uma fonte oficial da empresa. O nível de adesão à greve situou-se nos 65%, afectando sectores da empresa que impossibilitaram a circulação e obrigaram à paralisação durante todo o dia, segundo a mesma fonte.
Já a Refer revelou que, durante a tarde, "todos os serviços mínimos foram assegurados". Durante a tarde, houve "um de dois" comboios que registou atraso" na Linha do Oeste e cinco comboios foram suprimidos, sendo quatro suburbanos de Lisboa e um regional da Linha do Douro, adiantou um porta-voz da Refer.
Já a Fertagus, o operador privado da travessia ferroviária do Tejo, "regista normalidade total, ou com alterações residuais, uma vez que a greve teve muito menos impacto na empresa", afirmou à Lusa a mesma fonte oficial da Refer.
A adesão à greve no subconcessionário de operação da Metro do Porto, ViaPorto, é de 90% nos agentes de condução e de 10% nas restantes funções, disse fonte da empresa.
As ligações fluviais entre Lisboa e a margem sul estão afectadas em 85%, nos barcos da Trantejo, e 84% nas travessias da Soflusa, onde fonte oficial da empresa referiu que não foram cumpridos os serviços mínimos.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário afirma que pelas 08h30 a adesão nas empresas do sector era "superior a 90%", o que demonstra "desde já o êxito da greve geral".
Entre as 00h00 e as 08h00 de hoje foram suprimidos 74,2% dos comboios normalmente previstos pela CP, na sua maioria em grandes centros urbanos.
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) destacou hoje de manhã a "grande adesão" no sector dos transportes à greve geral.
O serviço da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) está hoje a ser afetado por uma adesão à greve na ordem dos 80%, de acordo com o sindicato mais representativo dos trabalhadores. A empresa diz que a adesão dos motoristas é de 63%.
A Carris tinha, pelas 06h15 de hoje, cerca de 40% dos serviços de transporte programados em funcionamento, adiantou à agência Lusa fonte oficial da empresa. Às 8h00 de hoje, a empresa tinha garantido 30% da oferta de serviços, segundo a Carris.
Empresas públicas e do Sector Empresarial do Estado
No banco do Estado, "a esmagadora maioria das agências não abriram" reclama o Sindicato, que aponta para uma adesão à greve de 80% na Caixa Geral de Depósitos.
A Caixa Geral de Depósitos informa também que no contexto da Greve Geral realizada hoje em Portugal, “mantém 75% das Agências em Lisboa abertas, e 55% na totalidade do País”.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), com cerca de 760 trabalhadores, estão hoje com a produção "completamente parada", devido a uma adesão à greve superior a 90%, informou fonte sindical.
A União dos Sindicatos de Lisboa acusou hoje a Polícia de agressões ao piquete de greve dos trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo, situação negada pela PSP que diz estar no local para garantir que quem quer trabalhar o faça.
Serviços públicos
Segundo o sindicato da administração fiscal, a adesão à greve entre os trabalhadores do fisco era, ao meio-dia, de 72%, o que resultou no encerramento de 80% dos serviços de repartições de Finanças.
A adesão à greve de hoje por parte dos magistrados do Ministério Público situava-se, às 12:00, nos 87%, avançando o sindicato que "muitos" tribunais estão encerrados e os restantes com serviços mínimos.
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou hoje, em comunicado, que a adesão à greve geral está a ser "significativa" na administração pública central.
O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais alertou hoje em comunicado para aquilo que considera serem violações do direito à greve em cinco corporações do país, que está a ter uma adesão média de 88% no sector.
O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) disse hoje que "os objectivos foram atingidos" na greve geral, com taxas de adesão entre 40%, na Universidade de Coimbra, e 95%, numa escola do Instituto Politécnico de Lisboa.
A greve geral de hoje encerrou 32% das escolas públicas, sendo a taxa de adesão à paralisação de 23% nos professores e de 38% no pessoal não docente, informou o Ministério da Educação. Os dados até, por volta das 17h, revelam que, pelo menos, 179 estabelecimentos de ensino encerraram hoje, segundo os dados ainda provisórios da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
A adesão dos professores à greve geral de hoje é a maior de sempre numa paralisação não sectorial, assegura o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, sublinhando que há "cidades inteiras sem aulas.
A adesão dos enfermeiros à greve geral de hoje é, a nível nacional, de 75% no turno entre as 08:00 e as 16:00, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
A recolha de lixo em território nacional está praticamente paralisada desde a meia noite, momento em que se iniciou a greve geral de 24 horas decretada pelas duas centrais sindicais.
A maioria das Câmaras de todo o país têm hoje os seus serviços encerrados devido à greve geral, uma paralisação que em alguns casos não reúne consenso nos números apresentados pelos sindicatos e autarquias.
A adesão à greve geral dos trabalhadores da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) atingiu os 28%, tendo os serviços funcionado dentro da normalidade, revelou hoje a empresa.
Escolas fechadas, serviços de atendimento ao público das autarquias encerrados, lixo por recolher, transportes aéreos e marítimos entre as ilhas condicionados e hospitais com serviços mínimos são alguns dos efeitos mais visíveis da greve geral nos Açores.
O responsável pela UGT na Madeira revelou hoje que a adesão à greve na região atingiu os 50%, um número que, apesar de inferior à média nacional, "é a melhor e mais expressiva" de sempre neste arquipélago.
Empresas privadas
No sector do calçado a adesão à greve geral foi de 2,3% disse hoje à Lusa fonte oficial da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, de Componentes e Artigos de Pele (APICCAPS). Os dados referem-se ao meio-dia, mas os responsáveis dizem que durante a tarde não se verificaram alterações.
As adesões à greve geral na indústria portuguesa não ultrapassam os 4%, com excepção dos trabalhadores dos portos, de acordo com dados da CIP, a que a agência Lusa teve acesso.
O presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), Ricardo Pedrosa Gomes, disse à Lusa não ter qualquer indicação de adesões à greve "nas poucas obras em curso".
A adesão à greve geral nos trabalhadores das indústrias metalúrgicas e metalomecânicas ficou hoje em 1,23%, disse à Lusa a associação representativa do setor, enquanto o sindicato dos metalúrgicos do Norte estima adesões bem mais altas.
O sindicato dos operários Corticeiros do Norte adiantou hoje que a adesão à greve no distrito de Aveiro, onde a indústria transformadora do sector predomina, está a ser reduzida porque os trabalhadores não querer perder um dia de salário.
O director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz, disse hoje à Lusa que a adesão à greve geral no sector é de 1,56%, "em linha com o esperado".
A greve geral não teve impacto nas pequenas e médias empresas portuguesas, que estão a trabalhar ao ritmo habitual, disseram à Lusa vários empresários.
As entidades bancárias que operam em Portugal registaram um impacto mínimo ou quase nulo da greve geral, com todas, à exceção da Caixa Geral de Depósitos, a afirmarem que os balcões abriram e que todos os departamentos funcionam com normalidade.
Dependências bancárias e supermercados visitados hoje pela Lusa registam uma afluência normal e, no caso dos bancos, toda a equipa veio trabalhar e o número de clientes foi "o de um dia normal", apesar da greve geral.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares (STHTRS), Adolfo Freitas, considerou hoje que a greve geral na Madeira está a decorrer "dentro das expectativas" na "ordem dos 40%".
O sector do comércio e serviços não teve qualquer registo de adesão à greve geral, disse à Lusa fonte da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
Cerca de 70% dos inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) aderiram à greve geral, segundo dados da associação sindical que os representa.
Diversos grupos de media em Portugal afirmam que o dia de trabalho de hoje tem sido normal, enquanto o Sindicato dos Jornalistas destaca a adesão à greve geral dos trabalhadores da agência Lusa e da RTP. Cofina, Controlinveste, Impresa e Grupo Lena foram alguns dos grupos que, contactados pela Lusa, sublinharam notar hoje poucas alterações ao ritmo de trabalho por comparação com um dia normal. O Sindicato dos Jornalistas, por seu turno, fez até meio da tarde uma "avaliação positiva" da greve geral, destacando a expressão "bastante significativa" na agência Lusa e o "grande significado da luta" na RTP.
Incidentes
Um maquinista da CP ficou hoje ferido depois do comboio, em serviço mínimo de greve, ter sido atingido por várias pedras alegadamente lançadas à saída de um túnel no Marco de Canaveses, confirmou à Lusa fonte sindical.
A União dos Sindicatos de Lisboa acusou hoje a Polícia de agressões ao piquete de greve dos trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo, situação negada pela PSP que diz estar no local para garantir que quem quer trabalhar o faça.