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Coface: Endividamento das empresas e instabilidade política ameaçam Portugal
A crescente instabilidade política e o elevado endividamento das empresas são os principais riscos para Portugal, identifica Julien Marcilly, economista-chefe da Coface, que mantém uma perspectiva positiva para o país.
A perspectiva para Portugal é positiva, diz a Coface. Mas, a maior instabilidade política e o problema estrutural do endividamento das empresas são os principais riscos, identifica Julien Marcilly, economista chefe da Coface, na conferência anual da seguradora sobre riscos, em Paris.
O endividamento das empresas continua a ser um dos principais riscos para Portugal, diz Julien Marcilly, economista chefe da Coface, à margem da conferência anual sobre risco organizada pela seguradora de crédito, em Paris. A instabilidade política, devido ao facto do governo não ter maioria absoluta, é uma nova ameaça. Mas, a perspectiva para Portugal é positiva, diz Marcilly. A Coface manteve a classificação de A4 ("aceitável") para o país.
O endividamento elevado das empresas "é um problema estrutural" em Portugal, considera Julien Marcilly. Por isso, continua a ser a primeira ameaça apontada pelo economista da seguradora de crédito, que é responsável por gerir as garantias que o Estado francês concede às suas empresas exportadoras. O país procurou resolver as questões do crescimento da economia e da dívida externa, mas o endividamento das empresas permanece, diz Marcilly. E irá persistir, o que constitui uma ameaça ao investimento e crescimento, alertou, à margem da conferência.
Além da dívida das empresas, a instabilidade política é o outro risco identificado por Marcilly, tanto para Portugal, como para Espanha. Mas o problema é a falta de maioria governativa, não a composição do governo, realça o economista. Porque "no curto prazo, as políticas do actual governo podem ser positivas para a economia", ao estimularem o consumo privado.
Petróleo barato ajuda
A economia portuguesa - e a Zona Euro em geral - está a beneficiar do impacto dos preços baixos do petróleo, salienta Marcilly. Ao controlar a inflação, a queda do petróleo está a estimular o consumo privado, diz. A questão será o que vai acontecer à economia quando os preços retomarem, provavelmente, no final deste ano ou início de 2017, alerta. Em 2014, o produto interno bruto (PIB) deverá crescer 1,4%, estima a Coface.
*A jornalista viajou para Paris, a convite da Coface