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China restringe exportação de metais essenciais para fabricar chips

O Ministério do Comércio da China anunciou na segunda-feira à noite restrições à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores.

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04 de Julho de 2023 às 07:59
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A partir de 1 de agosto, não será possível exportar gálio ou germânio ou mais de uma dezena de derivados dos dois metais sem pedir uma autorização específica às autoridades, indicou em comunicado o Ministério do Comércio chinês.

O objetivo é "proteger a segurança e os interesses" da China. A exportação destes metais sem autorização poderá "constituir um crime", acrescentou.

A China é o maior produtor mundial de ambos os elementos, com mais de 95% da produção de gálio e 67% da produção de germânio.

Entretanto, o Japão disse hoje estar a analisar a decisão da China, não descartando a possibilidade de tomar medidas de retaliação. O porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno, disse que as autoridades estão a "analisar o potencial impacto no Japão" da medida.

"Vamos confirmar com a China as suas intenções ", declarou Matsuno, em conferência de imprensa. "Se o Japão estiver sujeito a medidas injustificadas à luz das regras internacionais" da Organização Mundial do Comércio, o porta-voz garantiu que o país tomará "as medidas oportunas".

As empresas japonesas importam grandes quantidades de gálio e germânio da China.

Em 23 de junho, Tóquio restringiu a exportação de equipamento avançado de fabrico de semicondutores, medida que vai também afetar Pequim, mas o ministro da Economia, Comércio e Indústria japonês, Yasutoshi Nishumura, descartou que a decisão chinesa seja uma retaliação.

O jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o China Daily, defendeu, num editorial, a decisão e sublinhou que os Estados Unidos, apesar de terem os maiores depósitos de germânio do mundo, não os têm explorado, já que a extração representa uma grande fonte de poluição ambiental.

O jornal apontou também o dedo aos Países Baixos, que impôs controlos sobre as exportações para a China de tecnologia que usa luz ultravioleta para gravar circuitos nos chips de memória mais avançados.

"São eles que colocam em risco as cadeias produtivas globais, e não podem culpar a China, que está a defender os seus interesses legais nacionais neste mundo de incertezas," disse o China Daily.

De acordo com especialistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, a decisão serve de pressão no âmbito de negociações com os Estados Unidos e outros governos ocidentais sobre as restrições impostas à exportação para a China de chips e equipamento necessário ao fabrico de chips.

A medida foi anunciada três dias antes da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, iniciar uma visita oficial à China.
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