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CES avisa que cortes permanentes nas pensões "comprometem" confiança no Estado

O Conselho Económico e Social (CES) considera que a aplicação de uma contribuição de sustentabilidade, de carácter duradouro, aplicável a reformas e pensões em curso, compromete o contrato de confiança entre o Estado e os cidadãos.

Miguel Baltazar/Negócios
08 de Maio de 2014 às 07:41
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De acordo com o primeiro projecto de parecer do CES sobre o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) 2014-2018, ao qual a agência Lusa teve acesso, a entidade liderada por Silva Peneda entende, relativamente às pensões da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA), que "a opção do Governo de substituição de uma medida provisória como a contribuição extraordinária de solidariedade, por um conjunto de medidas de carácter permanente, não está suficientemente caracterizada e as opções tomadas estão longe de configurar uma reforma do sistema de pensões públicas".

 

No documento de trabalho, o CES avisa que "os aumentos relativos à contribuição dos trabalhadores para os sistemas de previdência social e à taxa normal do IVA irão, mais uma vez, afectar o rendimento disponível das famílias, comprometendo o contributo que a procura interna pode dar para o crescimento económico".

 

À semelhança do que tem vindo a defender em pareceres anteriores, neste primeiro projecto de parecer, que tem como relator o conselheiro José António Cortez, o CES advoga a necessidade de reduzir a carga fiscal sobre as famílias portuguesas, quer ao nível do IRS, quer ao nível do IVA, "como forma de contribuir para a dinamização da procura interna e promover uma maior equidade fiscal".

 

No entanto, o CES classifica de positivo "o princípio de reversão gradual" dos cortes salariais dos funcionários públicos contemplado no DEO, mas reafirma a necessidade de inserir este princípio no quadro de "uma efectiva Reforma do Estado".

 

Relativamente à redução da despesa com pessoal prevista no DEO, o documento refere que esta decorre da redução de efectivos por aposentação e por efeito dos Programas de Rescisões, "continuando a fazer-se fora de um quadro estruturado e planeado de Reforma do Estado que assegure um serviço público de qualidade".

 

No momento em que o Governo apresenta o DEO 2014-18, o CES reafirma a sua posição de que a flexibilização das políticas de consolidação orçamental "continua a ser um passo essencial para que o país possa superar com êxito a actual crise".

 

Na opinião desta entidade, o facto de não ter sido flexibilizada a aplicação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) "foi um erro, cujos efeitos estão ainda longe de terem sido ultrapassados".

 

O CES adverte ainda que "também não é viável prosseguir a consolidação das contas públicas sem que estejam criadas condições para um crescimento consistente e continuado da economia".

 

O documento vai servir de base de discussão na primeira reunião do grupo de trabalho da Comissão Especializada Permanente de Política Económica e Social (CEPES), marcada para hoje às 10:00, no CES.

 

O projecto de parecer sobre o DEO deverá ser aprovado a 22 de Maio e apresentado na Assembleia da República, a 28 de Maio.

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