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Centeno "Banco de Portugal não se pode isolar da comunidade"

O ministro das Finanças sublinhou, na tomada de posse dos novos administradores do supervisor, que o Banco de Portugal não pode exercer as suas funções à margem do que se passa na economia e na sociedade. E avisou os bancos que vêm aí mais exigências.

Miguel Baltazar
20 de Junho de 2016 às 23:35
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O Banco de Portugal "desempenha o papel de autoridade monetária e goza de um estatuto de independência. Esta independência constitui um direito, mas esse direito tem de ser exercido como dever, os bancos centrais não se podem tornar entidades isoladas do resto da comunidade", disse esta segunda-feira Mário Centeno, na tomada de posse de Elisa Ferreira e Luís Máximo dos Santos como administradores do Banco de Portugal.

A ideia de que a entidade liderada por Carlos Costa não se pode isolar foi repetida no final da intervenção, recuperando o nome do livro de José Saramago: "Não há instituições que se possam interpretar a si próprias como jangadas de pedra."

Ainda neste discurso, o ministro das Finanças referiu os vários papéis que cabem ao Banco de Portugal, com destaque para as funções como supervisor e regulador bancário, sublinhando que é necessário que essa supervisão "seja preventiva, proactiva e actuante".

O responsável pela pasta das Finanças falou novamente na necessidade de repensar a arquitectura do sistema de regulação financeiro, referindo que é preciso fazer "os melhoramentos necessários para que dê uma resposta cabal aos desafios que a sociedade e a economia portuguesa lhe colocam". "Esse sistema deve ser visto como parte da solução e não do problema", reiterou, criticando ainda a "inacção" dos últimos anos que "trouxe dificuldades" à banca.

Numa tomada de posse em que estavam presentes os principais presidentes dos bancos em Portugal, Centeno avisou que a regulação "vai tornar-se ainda mais exigente".

Quanto aos novos administradores do Banco de Portugal, Elisa Ferreira e Máximo dos Santos, Mário Centeno referiu a sua "elevada qualidade técnica e humana" e deixou a sua confiança de que irão "continuar e até acelerar o processo de ajustamento já iniciado e não totalmente finalizado no Banco de Portugal". 
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