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Bruxelas alinha-se com Draghi e apela à Alemanha que aumente o investimento

A Alemanha é cada vez mais pressionada por apelos à ação pela via orçamental, uma ferramenta que está a ser considerada determinante para evitar uma recessão no país e na Europa.

Bruno Colaço
13 de Setembro de 2019 às 11:02
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O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, apelou publicamente a que a Alemanha aumente a despesa orçamental como medida impulsionadora da sua economia. Esta posição está alinhada com a defendida pelo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, no dia anterior, no qual anunciou novos estímulos à economia mas chamou os Governos a atuar pela via orçamental.

"A Alemanha é atualmente um dos países onde este abrandamento [económico] é mais pronunciado. Desse ponto de vista, pensamos que agora é, de facto, um momento muito apropriado para a Alemanha olhar para as possibilidades de aplicação de estímulos orçamentais", declarou Dombrovskis, citado pela CNBC, quando se preparava para integrar uma reunião com 19 ministros das Finanças da Zona Euro.

Horas antes, na conferência de imprensa onde o presidente do BCE explicou as decisões de política monetária ainda mais expansionista, Draghi deixou conselhos semelhantes aos de Dombrovskis e que cabem no perfil da maior economia europeia. 

Draghi defendeu que a forma de "acelerar os resultados da política monetária" está na política orçamental e que "se a política orçamental fosse colocada em prática, os efeitos negativos da nossa política seriam muito menores, a política seria mais eficaz e estas medidas [de política monetária muito expansionista] teriam de estar no terreno durante muito menos tempo". Neste sentido, e "tendo em conta o enfraquecimento do cenário macroeconómico e a continuada prevalência de riscos negativos, os governos com espaço orçamental devem agir de forma eficaz e atempada", atirou.

Ora, a Alemanha é precisamente um país com "espaço orçamental" relevante, uma vez que tem vindo a acumular excedentes orçamentais. Paralelamente, esta economia está, pela primeira vez nos últimos sete anos, muito próxima da recessão. Muito dependente das suas exportações, a Alemanha está a sofrer os efeitos do abrandamento global, exacerbado pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a China.

Empresários e a classe política têm defendido que o Governo liderado por Angela Merkel aumente a despesa e a emissão de dívida, de forma a contrariar os sinais de recessão que têm vindo a manifestar-se no ocidente.

Após o debate sobre o orçamento germânico para 2020, que decorreu durante esta terça-feira, o ministro alemão das Finanças Olaf Scholz afirmou que o país vai manter a sua política de défice zero no próximo ano, mas está pronto a injetar "muitos milhares de milhões de euros" na economia, no caso de se confirmar a ameaça de recessão.

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