Falando ontem à noite, em Brasília, Mantega disse que “talvez seja necessário um reforço do FMI, para que tenha mais recursos para enfrentar a situação desses países” europeu. Citado pelo “Globo”, o ministro considerou que a Zona Euro resvalou para uma “crise crónica e temos de evitar que esta se agudize”.

“Não terá uma curta duração, isso já sabemos, mas temos que evitar que [a crise] entre numa fase aguda, que comece a quebrar bancos e países. Se isso acontecer, poderemos ter um cenário parecido com o de 2008 quando quebrou o Lehman Brothers, nos Estados Unidos”.

O reforço da participação do FMI no novo plano destinado a estabilizar o euro deverá ser abordado na reunião do G20-Finanças, que decorre em Paris, antes da cimeira dos 20 países mais ricos do mundo, marcada para 3 de Novembro em Cannes.

Mantega afirmou que o Brasil poderá contribuir para a recuperação da economia europeia e que isso chegou a ser discutido na reunião de ministros dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

“Discutimos uma maneira de ajudar na recuperação da economia europeia. Não é só uma crise da economia europeia, é mundial, todo mundo está envolvido nela. É importante que a gente ajude a encontrar uma solução e foi combinado que a melhor maneira seria reforçar o FMI para ele entrar no programa de ajuda”.

Mantega congratulou-se com o plano de recapitalização dos bancos e uma nova estratégia para lidar com a Grécia que a França e Alemanha prometem ter prontos em duas semanas. Mas “não sei o que vai acontecer nos próximos 20 dias, porque os europeus sempre demoram para dar solução e quando elas vem já chegaram tarde”, acrescentou.