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Bhutto morreu depois de atingida a tiro no pescoço e na garganta

Benazir Bhutto morreu depois de ser atingida no pescoço e no peito quando entrava num automóvel após um comício, tiros disparados por um homem que em seguida se fez explodir, informou o conselheiro de segurança do seu partido.

27 de Dezembro de 2007 às 14:49
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Benazir Bhutto morreu depois de ser atingida no pescoço e no peito quando entrava num automóvel após um comício, tiros disparados por um homem que em seguida se fez explodir, informou o conselheiro de segurança do seu partido.

"Pedimos repetidamente ao governo que providenciasse segurança adequada e equipamento adequado, mas não deram atenção aos nossos pedidos", disse também o conselheiro de segurança do Partido do Povo Paquistanês (PPP), Reham Malik, citado pela Lusa.

Mas segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Javed Chreema, a líder do PPP morreu na sequência de ferimentos provocados por um estilhaço de bomba.

"Segundo as nossas informações, ela morreu porque foi aparentemente atingida por um fragmento de bomba", disse este responsável, de acordo com a agência.

Segundo o relato dos acontecimentos feito por um apoiante do partido de Bhutto, Chaundry Mohammed Nazir, a ex-primeira-ministra tinha terminado o seu discurso e saía do local do comício de automóvel quando aconteceu o atentado.

"Ela tinha acabado de passar o portão quando se ouviram dois disparos, seguidos de uma forte explosão", disse este apoiante, citado pela Associated Press.

Benazir Bhutto foi imediatamente transportada para o hospital da cidade, o Rawalpindi General Hospital, e, segundo diversas fontes, chegou a entrar no bloco operatório, mas sucumbiu aos ferimentos.

"Ás 18:16 (13:16 em Lisboa) ela morreu", disse Wasif Ali Khan, um dos membros do partido de Bhutto no hospital.

Pelo menos 20 pessoas morreram e 30 outras ficaram feridas no atentado, cometido no final de um comício de Bhutto em Rawalpindi, cidade onde a ex-primeira-ministra fora aconselhada em Novembro pelas autoridades a cancelar um comício por razões de segurança.

As primeiras informações, veiculadas pela polícia e por elementos do PPP no local do comício, indicavam que Bhutto teria escapado ilesa do atentado.

Benazir Bhutto era considerada uma das principais líderes da oposição ao Presidente Pervez Musharraf. Há apenas dois meses e precisamente quando regressou ao seu país após quase nove anos de exílio, a comitiva onde seguia sofreu um violento atentado que causou mais de uma centena de mortos, relata a SIC Online.

O Público Online recorda que este é apenas o último de uma série de atentados suicidas na história do Paquistão, que fizeram mais de 780 mortos só este ano. O mais mortífero visou uma manifestação do partido de Bhutto: a 18 de Outubro, dois suicidas mataram 139 pessoas numa gigantesca marcha de apoiantes que celebravam, em Carachi, o regresso da ex-primeira-ministra depois de seis anos de exílio. Bhutto conseguiu escapar ao atentado porque estava dentro de um camião blindado, à cabeça da marcha.

Desde então, as autoridades multiplicaram os alertas, garantindo ter informações "precisas" que permitiam pensar que os terroristas islamistas queriam atentar contra a sua vida.

No âmbito das eleições legislativas e provinciais marcadas para 8 de Janeiro, a ex-primeira-ministra, que dirigia o principal partido da oposição, o Partido do Povo Paquistanês (PPP), fazia campanha contra o Presidente Pervez Musharraf mas sobretudo contra os fundamentalistas muçulmanos. "Eliminar a ameaça islamista" do país era a sua principal promessa eleitoral, adianta a mesma publicação.

Benazir Bhutto foi a primeira mulher da era moderna a liderar um país muçulmano. Na altura tinha apenas 35 anos. Foi duas vezes primeira-ministra da República Islâmica do Paquistão, de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996. Das duas vezes foi demitida das suas funções por "corrupção" e "mau governo". Bhutto fugiu em 1999 para Londres e Dubai para evitar ser detida. Regressou a 18 de Outubro de 2007 porque o Presidente Pervez Musharraf lhe concedeu uma amnistia, no âmbito de uma negociação entre os dois líderes para uma futura partilha do poder, noticia o Público.

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