Ben Bernanke diz que a “Fed foi muito lenta a identificar e a responder aos abusos nos empréstimos ‘subprime’”, especialmente aqueles que foram feitos fora de financeiras “reguladas directamente pela Fed”, de acordo com o discurso que o responsável vai fazer perante a Comissão de Inquérito à Crise Financeira, avançado pela Bloomberg.

“Os reguladores podiam ter feito mais para tentar identificar os riscos para o sistema financeiro”, adianta o responsável.

“Se a crise tem uma única lição, é que o problema [das instituições] demasiado grandes para falirem tem de ser resolvido”.

O presidente da Fed adianta ainda que se “arrepende” de não ter sido peremptório em relação à falência do Lehman Brothers em 2008. O responsável considera que se criou o mito de que os reguladores não quiseram ajudar a instituição, mas a verdade é que não era viável.

O testemunho que deu perante o congresso pouco tempo depois da falência do Lehman Brothers “suportou o mito de que tínhamos uma forma de salvar” o banco. “Arrependo-me não ter sido peremptório, porque claramente isso criou a impressão errada de que, de facto, podíamos ter feito alguma coisa”.

Bernanke admite ainda que o facto de as autoridades terem considerado que o Lehman não tinha salvação pode ter provocado mais stress nos mercados. “Com o sistema num stress tremendo e com outras instituições financeiras sob ameaça ou em pânico, fazer essas declarações pode ter reduzido ainda mais a confiança e levado a uma pressão maior”, acrescentou o responsável, citado pela Bloomberg.