O Banco de Portugal recolheu até ontem 80% da massa monetária a circular no nosso país denominada em escudos. Nas notas, este valor foi de 85%, mas nas moedas foram retirados apenas 13% dos escudos de circulação, afirmou hoje Vítor Pessoa, administrador da instituição.

O mesmo responsável adiantou, no entanto, que a percentagem de escudos já retirada de circulação é superior aos 80% que deram entrada no Banco de Portugal, uma vez que outra parte deve estar já nos bancos e nas empresas de transporte de valores.

Vítor Pessoa sublinhou que a operação de introdução física do euro «excedeu as expectativas mais optimistas», tanto devido à preparação cuidada como à «receptividade à mudança» das populações envolvidas, particularmente da portuguesa.

O Banco de Portugal estima que mais de 90% das notas estejam já efectivamente fora de circulação em Portugal, suplantando as estimativas da instituição. Relativamente às moedas, aquela entidade admite que a recolha irá ficar abaixo das previsões iniciais, que apontavam para os cerca de 50%.

Vítor Pessoa sublinhou que no que respeita às moedas «é mais significativo o fenómeno relativo ao seu armazenamento nos bancos comerciais», bem como nas empresas de trasnporte de valores.

A esta dificuldade acresce o facto de, por serem de menor valor, mais pessoas ficarem com moedas «por razões numismáticas ou sentimentais». A mesma fonte referiu que muitos turistas ficam também com moedas em seu poder, pelo que se torna mais difícil de verificar a quantidade efectiva em circulação.

As notas de escudos entregues no Banco de Portugal serão destruídas, enquanto no caso das moedas a Casa da Moeda irá proceder à reciclagem das respectivas ligas metálicas.