Os planos para a economia de Donald Trump devem elevar a dívida dos Estados Unidos em praticamente o dobro do esperado se Kamala Harris for eleita presidente, revela um estudo do Committee for a Responsible Federal Budget, publicado, esta segunda-feira.

Em concreto, as propostas de Kamala Harris darão um impulso à dívida na ordem dos 3,5 biliões de dólares ao longo da próxima década, enquanto as de Donald Trump levariam a um salto de 7,5 biliões, de acordo com as contas feitas pela organização apartidária e sem fins lucrativos, publicadas quando falta menos de um mês para as eleições norte-americanas, marcadas para 5 de novembro.

"O próximo presidente vai enfrentar desafios significativos do ponto de vista fiscal ao tomar posse", incluindo níveis recorde de dívida, défices estruturais ou juros elevados, lê-se no relatório do comité que destaca que a "grande e crescente dívida nacional ameaça abrandar o crescimento económico", entre outros, "restringe as escolhas políticas" e "aumenta o risco de uma eventual crise fiscal".

Contudo, aponta, "nenhum dos principais candidatos que concorrem às eleições presidenciais de 2024 apresentou um plano para fazer face ao crescente peso da dívida. Na verdade, a nossa análise abrangente dos planos fiscais e de despesas dos candidatos conclui que tanto a vice-presidente Kamala Harris como o antigo presidente Donald Trump provavelmente aumentariam ainda mais os défices e a dívida acima dos níveis projetados pela lei atual".

A organização ressalva, no entanto, que as contas representam uma vasta gama de incertezas, refletindo diferentes interpretações e estimativas das políticas anunciadas.

Assim, de acordo com as estimativas mais conservadoras para o período 2026-2035, as propostas de Kamala Harris podem ter "zero" impacto fiscal, enquanto as mais arrojadas projetam umm aumento de 8,1 biliões de dólares. No caso das de Donald Trump, no mínimo vão aumentar a dívida em 1,45 biliões e no máximo em 15,15 biliões, refere a organização, indicando que a análise será atualizada em conformidade com o surgimento de políticas adicionais.