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Vitória de Trump nos EUA pode causar queda de 15% nas exportações alemãs

Se o "homem das tarifas" levar a sua avante, as exportações alemãs vão sofrer. Os cenários traçados pelo instituto Ifo antecipam uma queda de cerca de 15% nas vendas aos EUA e de 9,6% para a China.

É comum fabricantes automóveis dependerem de alguns fornecedores para determinadas peças.
João Cortesão
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Donald Trump é um crente no poder regenerador das taxas aduaneiras e tem vindo a apresentá-las como uma solução para vários problemas dos Estados Unidos, da indústria automóvel à imigração ilegal, chegando mesmo a autoproclamar-se o "homem das tarifas".

Agora que volta a estar próximo da Casa Branca, o instituto alemão Ifo lançou um estudo em que antecipa que as exportações alemãs para os Estados Unidos podem sofrer uma queda de 14,9% caso Trump vença as eleições presidenciais norte-americanas, em novembro. A previsão é feita com base na política protecionista do republicano.

Donald Trump manifestou intenção de subir as taxas sobre as importações em 20%, um valor que sobe para 60% nos produtos que cheguem da China. Se tal se verificar, as exportações farmacêuticas da Alemanha para os EUA seriam as mais penalizadas, em 35%, bem como as de carros alemães, que tombariam 32%.

As exportações alemãs para a China - o maior parceiro comercial de Berlim - também seriam impactadas, com as simulações do Ifo a apontarem para uma queda de 9,6%. Além disso, a procura chinesa por bens intermédios seria afetada. "Os nossos cálculos têm por base tarifas comerciais unilaterais impostas pelos Estados Unidos, tal como anunciadas por Trump durante a campanha eleitoral. Se outros países, como a China, impuserem tarifas retaliadoras, como resposta, o impacto negativo na Alemanha pode ser significativamente maior", escreve o investigador Andreas Baur.

"Se Trump for reeleito e começar uma nova guerra comercial com a China, a Alemanha, como nação exportadora, sofreria muito", defende Lisandra Flach, especialista em comércio do Ifo.

Neste cenário, as exportações alemãs para o Canadá sairiam beneficiadas, antecipando-se uma subida de 3,3%, bem como as destinadas ao México (+3,1%) e para a União Europeia (+0,4%). As exportações para o resto do mundo ficariam praticamente inalteradas, prevendo-se uma descida de 0,2%. Contas feitas, o Ifo estima uma queda de 2% nas exportações, o equivalente a 35 mil milhões de euros, tendo em conta os valores de 2023.

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