O Comité de Política Monetária (Copom), órgão decisor do Banco Central do Brasil, decidiu, ontem à noite, por unanimidade, manter a taxa de juro de referência nos 19,75%, depois de subidas consecutivas desde Setembro de 2004.

Em comunicado, o órgão explicou que a decisão teve em conta a menor pressão inflacionista que pende sobre a economia brasileira.

«Avaliando as perspectivas para a trajectória da inflação, o Copom, decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 19,75% ao ano», avança em comunicado.

Esta atitude já era esperado pelo mercado, embora tenha saído no meio de uma crise política que aflige o Governo brasileiro, devido às suspeitas de corrupção que recaem sobre ministros e integrantes do partido de Lula.

O movimento reflecte os últimos dados estatísticos sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que davam conta, no primeiro trimestre, de uma subida singela de 0,3% face ao último trimestre de 2004, este que foi o pior resultado desde o segundo trimestre de 2003.

Em reacção à decisão do Copom, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, pede já para o órgão proceda a uma redução nos juros. É preciso «salvar o ano», avalia.

Os analistas do sector entendem que essa redução só deva acontecer no último trimestre de 2005.

*Correspondente em São Paulo