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Associações industriais contra aumento dos juros no Brasil

A Confederação Nacional da Indústria brasileira e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliam a subida dos juros como danosa para a produção e o investimento, lamentando a decisão do Banco Central em elevar a taxa de juro pela primei

16 de Setembro de 2004 às 15:04
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A Confederação Nacional da Indústria brasileira e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliam a subida dos juros como danosa para a produção e o investimento, lamentando a decisão do Banco Central em elevar a taxa de juro pela primeira vez em 19 meses.

O Comité de Política Económica (Copom), órgão decisório da política monetária brasileira, decidiu ontem por maioria a subida em 0.25 pontos percentuais na taxa básica de juros, abaixo do esperado pelos analistas e sem aceder às pressões governamentais de não subir os juros.

Dos oito votos do Comité de Política Monetária do Banco Central (Copom) três foram mesmo a favor pela a elevação da taxa designada Selic em 0,50 pontos percentuais.

Venceram os outros cinco, que optaram pelo aumento de 0,25 pontos percentuais.

Em comunicado, o Banco Central menciona que com a subida para 16,25% dá-se «início a um processo de ajuste moderado da taxa básica de juros», sugerindo que outros aumentos podem acontecer no futuro.

Este ajuste foi justificado para preservar o crescimento sustentado da economia, ao evitar que «a trajectória da inflação não prejudique a recuperação da renda real».

Para a CNI, «a alta dos juros é danosa à produção e ao investimento e a CNI lamenta esta decisão. O diagnóstico de inflação que conduziu à decisão de alta dos juros é equivocado e contrapõe-se à percepção de necessidade de ampliação da oferta por meio do aumento do investimento», diz em comunicado.

Já a Fieste entende que esse aumento «fere o crescimento no seu flanco mais frágil: o mercado doméstico».

Segundo a entidade, a tentativa do Banco Central de conter o crescimento, acentua o risco de forte inflexão de expectativas entre consumidores e investidores. «Todos entenderão este aumento de juros como o primeiro movimento de uma série», refere.

Em comunicado, a federação avança que «todos sabemos que o crescimento sustentado exige inflação sob controlo. Mas também sabemos da necessidade de aumentar os investimentos, de ampliar o horizonte de planeamento das empresas e dos consumidores, e de tantas outras condições para o crescimento sustentado que hoje estão sendo prejudicadas pelo aumento de juros».

No seu ver, a única forma de conciliar estes objectivos é tirar o peso excessivo que hoje existe sobre a política monetária, reforçando a política fiscal.

«Enquanto não houver vontade política para se cortar despesas públicas, os juros elevados nos manterão de bem com a inflação e continuarão a inviabilizar todos os nossos demais objectivos", finalizou a mesma fonte.

* Correspondente em São Paulo

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