Notícia
Associação Zero quer terceira travessia sobre o Tejo exclusivamente ferroviária
A associação ambientalista Zero defendeu esta terça-feira, como prioridade urgente do Plano Ferroviário Nacional (PFN), a criação de uma terceira travessia sobre o rio Tejo, "exclusivamente ferroviária, como elemento essencial de futuro".
28 de Fevereiro de 2023 às 07:47
Em comunicado, a Zero explica que a terceira travessia pode permitir "fechar a circular ferroviária da Área Metropolitana de Lisboa (AML)".
Também permite, segundo a associação, "reduzir meia hora em todas as viagens de e para o sul do país, ligar de forma mais rápida os portos do sul do e as plataformas logísticas do norte da AML" e "aproximar a ligação entre Lisboa e Madrid das três horas".
Para a associação, o PNF, em consulta pública até hoje, é "um dos elementos mais estruturantes e de futuro no âmbito de uma mobilidade sustentável e na redução de emissões de gases de efeito de estufa que causam as alterações climáticas, em linha com a antecipação para 2045 ou mesmo 2040 da meta da neutralidade carbónica para Portugal".
Como "prioridades mais urgentes" para o PNF, a Zero realça a importância da sincronização entre serviços, "crucial para reduzir os tempos de espera"; das linhas circulares - quadruplicação da Linha de Cintura de Lisboa, Ligação da Linha de Cascais a Alcântara-Terra e duplicação da Linha de Leixões; e das interfaces com os metropolitanos.
Numa análise do plano em consulta pública, a associação salienta cinco "sinais verdes", afirmando que a existência de um PFN é "importante passo" para recuperar a rede ferroviária como uma "estrutura fundamental de um modelo sustentável", após "décadas de estagnação e desinvestimento".
A recuperação dos planos de construção de autoestradas ferroviárias, que permitem operar serviços que competem com o transporte aéreo nas ligações até 600 quilómetros; a criação de variantes nas autoestradas ferroviárias que permitem aos comboios pararem nas estações de comboio atuais no centro das principais cidades ou a densificação da rede ferroviária nas áreas metropolitanas são também assinalados como pontos positivos.
Dando os exemplos de Áustria, Suíça e Alemanha, a Zero afirma que a articulação com os aeroportos "é muito importante para conseguir a eliminação dos voos de ligação entre Lisboa, Porto, Madrid e Faro e reduzir o uso de veículos individuais".
Todavia, a associação indica sete "sinais amarelos", sublinhando que "tem que se deixar de se ir de avião" para Madrid e que é necessário "um tempo de viagem semelhante às 02:45", que são gastas entre a capital espanhola e Barcelona através de via férrea.
A Zero refere ainda que, para a Área Metropolitana do Porto (AMP), o plano não apresenta uma solução funcional, devendo ser estudadas soluções que permitam circular entre periferias de forma rápida, cómoda e sustentável.
De acordo com a associação, o número de viagens na AMP realizado através de viatura individual é cerca de 20% superior ao registado na AML.
"Falta uma visão clara que articule o transporte ferroviário com o transporte rodoviário de mercadorias (...). Falta assinalar que as linhas do Algarve e do Oeste, para além da eletrificação já prevista, deveriam receber melhorias que permitissem aumentar a velocidade comercial das composições", prossegue.
A Zero escreve ainda que a articulação entre os setores mineiro e agroflorestal e a criação de um verdadeiro corredor vertical interior da rede ferroviária do país "não são suficientemente desenvolvidas", chamando também à atenção aos "impactos paisagísticos, nos sistemas ecológicos e na saúde humana que é necessário ter em conta na escolha concreta dos traçados e na exigência das medidas de mitigação adequadas".
Por fim, a associação sublinha a obrigatoriedade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, um programa de desenvolvimento da rede ferroviária, um fundo de investimento - onde "devem ser claramente definidas as fontes de financiamento deste fundo que permita complementar os abundantes fundos comunitários que estão disponíveis para o investimento na ferrovia" - e um conselho de acompanhamento do PFN.
Também permite, segundo a associação, "reduzir meia hora em todas as viagens de e para o sul do país, ligar de forma mais rápida os portos do sul do e as plataformas logísticas do norte da AML" e "aproximar a ligação entre Lisboa e Madrid das três horas".
Como "prioridades mais urgentes" para o PNF, a Zero realça a importância da sincronização entre serviços, "crucial para reduzir os tempos de espera"; das linhas circulares - quadruplicação da Linha de Cintura de Lisboa, Ligação da Linha de Cascais a Alcântara-Terra e duplicação da Linha de Leixões; e das interfaces com os metropolitanos.
Numa análise do plano em consulta pública, a associação salienta cinco "sinais verdes", afirmando que a existência de um PFN é "importante passo" para recuperar a rede ferroviária como uma "estrutura fundamental de um modelo sustentável", após "décadas de estagnação e desinvestimento".
A recuperação dos planos de construção de autoestradas ferroviárias, que permitem operar serviços que competem com o transporte aéreo nas ligações até 600 quilómetros; a criação de variantes nas autoestradas ferroviárias que permitem aos comboios pararem nas estações de comboio atuais no centro das principais cidades ou a densificação da rede ferroviária nas áreas metropolitanas são também assinalados como pontos positivos.
Dando os exemplos de Áustria, Suíça e Alemanha, a Zero afirma que a articulação com os aeroportos "é muito importante para conseguir a eliminação dos voos de ligação entre Lisboa, Porto, Madrid e Faro e reduzir o uso de veículos individuais".
Todavia, a associação indica sete "sinais amarelos", sublinhando que "tem que se deixar de se ir de avião" para Madrid e que é necessário "um tempo de viagem semelhante às 02:45", que são gastas entre a capital espanhola e Barcelona através de via férrea.
A Zero refere ainda que, para a Área Metropolitana do Porto (AMP), o plano não apresenta uma solução funcional, devendo ser estudadas soluções que permitam circular entre periferias de forma rápida, cómoda e sustentável.
De acordo com a associação, o número de viagens na AMP realizado através de viatura individual é cerca de 20% superior ao registado na AML.
"Falta uma visão clara que articule o transporte ferroviário com o transporte rodoviário de mercadorias (...). Falta assinalar que as linhas do Algarve e do Oeste, para além da eletrificação já prevista, deveriam receber melhorias que permitissem aumentar a velocidade comercial das composições", prossegue.
A Zero escreve ainda que a articulação entre os setores mineiro e agroflorestal e a criação de um verdadeiro corredor vertical interior da rede ferroviária do país "não são suficientemente desenvolvidas", chamando também à atenção aos "impactos paisagísticos, nos sistemas ecológicos e na saúde humana que é necessário ter em conta na escolha concreta dos traçados e na exigência das medidas de mitigação adequadas".
Por fim, a associação sublinha a obrigatoriedade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, um programa de desenvolvimento da rede ferroviária, um fundo de investimento - onde "devem ser claramente definidas as fontes de financiamento deste fundo que permita complementar os abundantes fundos comunitários que estão disponíveis para o investimento na ferrovia" - e um conselho de acompanhamento do PFN.