Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

António Borges “sentia-se totalmente desprendido numa fase da vida em que se pode dizer tudo”

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o economista António Borges, hoje falecido, era “brilhantíssimo”.

Negócios 25 de Agosto de 2013 às 21:37
  • ...

“Os portugueses tinham de António Borges uma imagem muito ingrata e negativa (…) pois apareceu a defender a TSU, as privatizações e muito do memorando da troika. E no entanto, a personalidade dele é muito mais rica”, comentou o professor Marcelo Rebelo de Sousa sobre o seu “amigo de juventude”, hoje falecido devido a um cancro no pâncreas.

 

António Borges “tinha um carácter muito forte, era muito frontal naquilo que defendia, tinha convicções muito fortes. Sobressaiu na sua geração e fez um percurso brilhante. Desde muito cedo foi óptimo aluno e teve depois uma carreira brilhante e de prestígio em lugares internacionais”, sublinhou o professor no seu comentário habitual na TVI, acrescentando que, apesar de as suas posições no FMI e no Goldman Sachs serem as mais referidas, “para mim um dos cargos mais prestigiados foi como reitor do INSEAD”.

 

“Acreditava na economia de mercado, tinha uma visão com fórmulas que por vezes chocavam com a visão em Portugal. Ele via o país de fora e havia um desencontro entre ele e o país, pois tinha dificuldade em compreender e aceitar coisas que são a realidade como nós a vemos. Mas foi um dos mais brilhantes na forma de pensar. Era brilhantíssimo”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.

 

O comentador político frisou que António Borges estava já num “estado hipercrítico” mas que “não parou nada na sua vida”. “Ele acabou de regressar de Singapura e foi para uma reunião no Ministério das Finanças. E quando regressa à Fundação Champalimaud, cai para cima da secretária. (…) Não havia como um médico lhe dizer que não, para ele era natural trabalhar”.

 

“Além da sua frontalidade, ele sentia-se totalmente desprendido numa fase da vida em que se pode dizer tudo sem a diplomacia de quando se acha que se tem de acomodar o que se diz”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Outras Notícias
Publicidade
C•Studio