Notícia
António Costa em Irpin: o que aconteceu foi "verdadeiramente criminoso"
O primeiro-ministro está na Ucrânia e visitou Irpin, cinco quilómetros a noroeste de Kiev, onde os ucranianos travaram a progressão das tropas russas até à capital. Impressionado com a destruição visível, condenou e pediu a investigação a "todos os crimes de guerra".
21 de Maio de 2022 às 10:13
O primeiro-ministro esteve hoje em Irpin, uma das zonas mais atingidas pelo conflito e onde os ucranianos travaram a progressão russa até Kiev. Viu áreas residenciais destruídas e manifestou-se impressionado com relatos de atos criminosos do exército russo.
Irpin, situada a cinco quilómetros a noroeste de Kiev, que antes da guerra tinha 100 mil habitantes, foi palco de violentos combates entre o final de fevereiro e março.
Se os russos tomassem Irpin, de acordo com as Forças Armadas ucranianas, teriam caminho até Kiev, mas a resistência foi tenaz. Em 02 de abril, o Governo ucraniano anunciou que tinha recuperado o controlo da região com a retirada das forças russas.
Uma secretária do Conselho Municipal de Irpin disse a António Costa que, dos 100 mil habitantes, apenas 25 mil regressaram à cidade. Destes, cinco mil nunca a abandonaram, apesar da elevada destruição de infraestruturas.
Depois de escutar relatos sobre o que aconteceu na cidade durante a fase mais intensa de guerra, António Costa afirmo: "Estou impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis".
"Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas a guerra tem regras. Aqui, já não estamos a falar de uma guerra normal, mas de atos verdadeiramente criminosos", declarou António Costa.
A intervenção russa em Irpin, prosseguiu, "visou a pura destruição da vida das pessoas".
"É fundamental que as investigações prossigam e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. A guerra também tem de obedecer à lei. O que aconteceu aqui foi inadmissível", frisou.
O primeiro-ministro chegou a Kiev de comboio este sábado, vindo da fronteira polaca, e disse, à chegada, na estação central da cidade, que está na Ucrânia para transmitir um sinal de apoio na luta deste país pelos seus direitos à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz.
"Estou aqui para corresponder ao convite que me foi dirigido pelo meu colega primeiro-ministro da Ucrânia [Denys Shmygal e para podermos concretizar os apoios que temos negociado de forma bilateral", começou por referir o líder do executivo português.
No plano político, António Costa salientou que a sua visita representa um sinal de que Portugal "continua a apoiar a Ucrânia na luta muito dura que tem vindo a travar pelo seu direito à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz".
Após a visita a Irpin, o primeiro-ministro português colocou uma mensagem na rede social Twitter para reforçar a forma como ficou tocado pela destruição naquela cidade ucraniana.
"A visita à cidade de Irpin vai ficar para sempre na minha memória. O nível de destruição e violência é absolutamente devastador. Testemunhei aqui a evidência de ataques cruéis, indiferenciados e, a todos os títulos, injustificados", escreveu António Costa, numa mensagem acompanhada por fotografias da visita e dos edifícios destruídos.
Encontro com Zelensky ainda hoje de manhã
António Costa reune esta manhã com o Presidente da República ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Reativamente aos contactos que manterei na Ucrânia com o Presidente Zelensky e com o primeiro-ministro ucraniano, incidirão sobre as formas de apoio que, do ponto de vista bilateral, Portugal pode continuar a assegurar ao nível do fornecimento de equipamento militar, humanitário e financeiro. Vamos também discutir a questão da perspetiva europeia da Ucrânia, visando construir uma posição de unidade na União Europeia", adiantou.
Em relação ao objetivo da Ucrânia de aderir à União Europeia, António Costa tem adotado uma atitude de prudência, considerando essencial evitar uma divisão entre os 27 Estados-membros sobre esta matéria.
"Os 27 Estados-membros da União Europeia têm de possuir a abertura suficiente para encontrarem o estatuto especial que é necessário para a Ucrânia. Não nos agarremos a designações e concentremo-nos em ser pragmáticos", defendeu.
O primeiro-ministro adiantou mesmo uma das possíveis soluções de consenso para evitar divisões na União Europeia em torno da discussão sobre o nível da futura integração europeia da Ucrânia.
"Temos de ser criativos e encontrar soluções. Tenciono identificar quais as necessidades em concreto requeridas pelas autoridades ucranianas e, partir daí, procurar construir uma solução imediata que una toda a União Europeia. Acho que é muito importante a integração da Ucrânia no mercado comum, com a libertação das regras aduaneiras. O papel de Portugal é ouvir todos e procurar encontrar um ponto de consenso", acrescentou.
António Costa esteve em Irpin cerca de uma hora e regressou a Kiev para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Durante a sua presença na capital ucraniana, no plano institucional, além da reunião com Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro português terá também um encontro com o seu homólogo, Denys Shmygal, de quem partiu o convite formal para que visitasse a Ucrânia.
Irpin, situada a cinco quilómetros a noroeste de Kiev, que antes da guerra tinha 100 mil habitantes, foi palco de violentos combates entre o final de fevereiro e março.
Uma secretária do Conselho Municipal de Irpin disse a António Costa que, dos 100 mil habitantes, apenas 25 mil regressaram à cidade. Destes, cinco mil nunca a abandonaram, apesar da elevada destruição de infraestruturas.
Depois de escutar relatos sobre o que aconteceu na cidade durante a fase mais intensa de guerra, António Costa afirmo: "Estou impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis".
"Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas a guerra tem regras. Aqui, já não estamos a falar de uma guerra normal, mas de atos verdadeiramente criminosos", declarou António Costa.
A intervenção russa em Irpin, prosseguiu, "visou a pura destruição da vida das pessoas".
"É fundamental que as investigações prossigam e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. A guerra também tem de obedecer à lei. O que aconteceu aqui foi inadmissível", frisou.
O primeiro-ministro chegou a Kiev de comboio este sábado, vindo da fronteira polaca, e disse, à chegada, na estação central da cidade, que está na Ucrânia para transmitir um sinal de apoio na luta deste país pelos seus direitos à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz.
"Estou aqui para corresponder ao convite que me foi dirigido pelo meu colega primeiro-ministro da Ucrânia [Denys Shmygal e para podermos concretizar os apoios que temos negociado de forma bilateral", começou por referir o líder do executivo português.
No plano político, António Costa salientou que a sua visita representa um sinal de que Portugal "continua a apoiar a Ucrânia na luta muito dura que tem vindo a travar pelo seu direito à soberania, integridade territorial e pela conquista da paz".
Após a visita a Irpin, o primeiro-ministro português colocou uma mensagem na rede social Twitter para reforçar a forma como ficou tocado pela destruição naquela cidade ucraniana.
"A visita à cidade de Irpin vai ficar para sempre na minha memória. O nível de destruição e violência é absolutamente devastador. Testemunhei aqui a evidência de ataques cruéis, indiferenciados e, a todos os títulos, injustificados", escreveu António Costa, numa mensagem acompanhada por fotografias da visita e dos edifícios destruídos.
Encontro com Zelensky ainda hoje de manhã
António Costa reune esta manhã com o Presidente da República ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Reativamente aos contactos que manterei na Ucrânia com o Presidente Zelensky e com o primeiro-ministro ucraniano, incidirão sobre as formas de apoio que, do ponto de vista bilateral, Portugal pode continuar a assegurar ao nível do fornecimento de equipamento militar, humanitário e financeiro. Vamos também discutir a questão da perspetiva europeia da Ucrânia, visando construir uma posição de unidade na União Europeia", adiantou.
Em relação ao objetivo da Ucrânia de aderir à União Europeia, António Costa tem adotado uma atitude de prudência, considerando essencial evitar uma divisão entre os 27 Estados-membros sobre esta matéria.
"Os 27 Estados-membros da União Europeia têm de possuir a abertura suficiente para encontrarem o estatuto especial que é necessário para a Ucrânia. Não nos agarremos a designações e concentremo-nos em ser pragmáticos", defendeu.
O primeiro-ministro adiantou mesmo uma das possíveis soluções de consenso para evitar divisões na União Europeia em torno da discussão sobre o nível da futura integração europeia da Ucrânia.
"Temos de ser criativos e encontrar soluções. Tenciono identificar quais as necessidades em concreto requeridas pelas autoridades ucranianas e, partir daí, procurar construir uma solução imediata que una toda a União Europeia. Acho que é muito importante a integração da Ucrânia no mercado comum, com a libertação das regras aduaneiras. O papel de Portugal é ouvir todos e procurar encontrar um ponto de consenso", acrescentou.
António Costa esteve em Irpin cerca de uma hora e regressou a Kiev para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Durante a sua presença na capital ucraniana, no plano institucional, além da reunião com Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro português terá também um encontro com o seu homólogo, Denys Shmygal, de quem partiu o convite formal para que visitasse a Ucrânia.