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Costa alerta para o "risco de criar falsas expectativas" sobre adesão da Ucrânia à UE

O primeiro-ministro vê como prioridade a elaboração de um plano de ajuda à Ucrânia.

Miguel Baltazar
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A União Europeia (UE) deve concentrar-se em fornecer ajuda imediata a Kiev "em vez de se envolver em debates jurídicos" sobre a adesão da Ucrânia ao grupo dos 27 Estados-membros, defendeu o primeiro-ministro português, António Costa, em entrevista ao diário britânico Financial Times (FT).

Costa recordou que o processo de adesão demora anos e que por isso não resolve os problemas urgentes da Ucrânia. Para o primeiro-ministro este procedimento cria assim "falsas expectativas" a Kiev.

Os comentários do chefe de Governo surgem numa altura em que vários órgãos da imprensa internacional dão conta do "mal estar" vivido por alguns Estados membros nos corredores de Bruxelas sobre esta adesão. Os líderes da UE devem decidir sobre este assunto nos próximos dias 23 e 24 de junho.

Ainda assim, Costa fez questão de sublinhar que é um claro apoiante da "perspetiva europeia" e não se opôs à adesão de Kiev.

"O meu foco é conseguir na próxima reunião do Conselho Europeu um compromisso claro sobre o apoio urgente [à Ucrânia] e construir uma plataforma de longo prazo para apoiar a recuperação da Ucrânia", frisou o primeiro-ministro ao Financial Times.

"Esta é a minha principal prioridade. O mais importante não são os debates sobre a [adesão da] Ucrânia, mas a ajuda prática que podemos dar", acrescentou.

"Para esse apoio claro e imediato, não precisamos abrir neste momento uma negociação ou um procedimento que levará muitos anos – [o presidente francês Emmanuel] Macron diz décadas, não digo décadas – mas certamente um longo tempo. O grande risco é criar falsas expectativas que se tornam amargas decepções. [Deveria haver] menos debates jurídicos e soluções mais práticas", rematou António Costa.
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