O Parlamento português vive numa situação de "tempestade perfeita" e "esta legislatura será difícil de chegar ao fim", afirma esta quinta-feira, a líder parlamentar socialista em entrevista ao Público e à Renascença.  

"Nós não seremos força de bloqueio", mas "vamos fazer oposição forte, assertiva, também colaborante quando tiver de ser". " Seremos oposição responsável, mas não seremos muleta para o Governo desenvolver o seu programa eleitoral",avisa. 

Alexandra Leitão continua, no entanto, a dizer que é "praticamente impossível" que o PS viabilize o Orçamento do Estado, porque, concretizou, "estaríamos a viabilizar uma visão estratégica diferente da nossa".

Sobre a polémica em torno do IRS, a deputada afirma que "abala a credibilidade do Governo" e sobre as medidas da oposição introduzidas no programa de governo, lamenta que tal tenha sido feito "sem conversa prévia", o que contraria a ideia de diálogo. 

A possibilidade de obrigar a que o Programa de Estabilidade seja sujeito a votação no Parlamento ainda não está decidida, mas Alexandra Leitão afirma que o PS não irá contribuir para dificuldades na nossa relação com a União Europeia ou com a credibilidade que queremos ter". Isso "não significa viabilizações cegas, mas iremos tentar contribuir para a solução", garante.

Uma derrota nas eleições europeias é um cenário que o partido não quer equacinar, mas compreensível: "O atual secretário-geral e toda a sua equipa entram muito em cima, a dois ou três meses de eleições, num contexto completamente anómalo, de um Governo de maioria absoluta que cai pelas circunstâncias conhecidas…", frisa.