Até meio da tarde, já tinham entrado em território alemão cerca de 6.000 homens, mulheres e crianças, a maioria à Baviera, no sul, e o país espera ainda que cheguem mais 4.000 até ao fim do dia, de acordo com a mesma fonte.

Os requerentes de asilo, principalmente sírios que fugiram do seu país devastado pela guerra, foram em todo o lado recebidos por gente com cartazes em que se lia "Bem-Vindos à Alemanha" e que lhes levou água, alimentos, agasalhos e pequenos presentes.

Em Munique, o principal ponto de trânsito do país, os recém-chegados eram rapidamente conduzidos para os centros de primeiro acolhimento para aí serem registados, antes de serem reencaminhados para centros de outras regiões, nos termos do sistema alemão de quotas.

Enquanto a Europa, dividida, conhece uma das suas piores crises migratórias desde o fim da Segunda Guerra Mundial, Berlim atenuou as suas regras de acolhimento para os cidadãos sírios, desistindo de os reencaminhar para o seu ponto de entrada na Europa.

Numa decisão sem precedentes, a Áustria aceitou também na noite de sexta-feira para sábado, em concertação com Berlim, facilitar o acolhimento e o trânsito em direcção à Alemanha de milhares de migrantes retidos na Hungria, país a que afluíram cerca de 50.000 pessoas só em agosto.

Mas numa conversa por telefone hoje de manhã, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, concordaram que "tanto a Hungria como a Alemanha devem respeitar as suas obrigações europeias" e que o fluxo observado no fim-de-semana foi excepcional, precisou Georg Streiter, porta-voz de Merkel.

A Alemanha espera registar 800.000 pedidos de asilo este ano, ou seja, quatro vezes mais que no ano passado.

Hoje, o diário conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung avaliou em 10 mil milhões de euros o custo do acolhimento dos refugiados em 2015, um número também ele multiplicado por quatro num ano.