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Agentes turísticos com planos para aproveitar crescimento de visitas à África do Sul

Agentes turísticos têm planos de investimento para aproveitar as visitas de turistas impulsionadas pelo Mundial de futebol.

12 de Julho de 2010 às 10:19
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Depois de seis anos de preparação, a África do Sul não quer ir a prolongamento e pretende dar como ganho o investimento feito para o evento de futebol internacional.

Entre Junho e Julho, o país mais a sul do continente africano esteve debaixo de todas as atenções pelo mundo e há quem espere que daí advenham consequências positivas, como é o caso dos agentes turísticos como o Tourvest Investiment Corporation, o maior operador de pacotes turísticos de África, e o Peermont Global, proprietário do resorte Emperor’s Palace.

Segundo a Bloomberg, as empresas afirmam ter um plano de investimento em antecipação ao crescimento do turismo. A estimativa é de 750 milhões de visitantes naquele país, mas mesmo que o valor seja inferior “será um aumento significativo no número de turistas”, disse o CEO do Peermont, Anthony Puttergill.

Por agora, o ministro das Finanças sul-africano, Pravin Gordhan, garante que os visitantes estrangeiros para a competição foram cerca de meio milhão, excedendo uma estimativa anterior de 200 mil, apesar de terem sido feitas algumas com um número mais elevado.

Se a estes se juntar o número esperado nos próximos tempos, o turismo pode sofrer um grande impulso. O sector representa 7,9% da economia e emprega 920.000 pessoas.

Gordhan espera que os ganhos conseguidos com o torneio possam combater o desemprego taxado em 25,2%, diminuir o número de pessoas infectadas com o vírus da SIDA e possam também reduzir os 2,1 milhões de pessoas que esperam por uma habitação. O Produto Interno Bruto do país diminuiu o ano passado em 1,8% mas tem de crescer 6% para que esta taxa de desemprego seja reduzida para 14% até 2014.

O ministro das Finanças falou da equipa que pode ser formada por todos os sul-africanos: “o que aprendemos com seis anos de preparação do campeonato mundial foi que conseguimo-nos focar, que conseguimos pôr um fim à pobreza e ao desemprego no nosso país”.

Há quem ache que a vitória ainda não foi agora

A verdade é que há quem não pense no torneio vencido pela Espanha como um impulsionador sem precedentes. Para Peter Attard Montalto, um economista do Nomura Plc em Londres, “as pessoas rapidamente vão esquecer o Campeonato Mundial” depois de aparecerem notícias de preços da electricidade, das contracções em sectores como a educação e a saúde.

Citado pelo Mail & Guardian, jornal da África do Sul, Patrick Bond, director do Centro de Sociedade Civil, salienta que “vive numa das sociedades mais desiguais do mundo” e que apenas viu “a amplificação dessa desigualdade”.

Apesar disso, a verdade é que nem todo o dinheiro foi utilizado para a construção de estádios. Houve investimento em 50 quilómetros de auto-estrada, num novo sistema de autocarros e num rápido serviço ferroviário entre o aeroporto de Joanesburgo e a bem sucedida zona de Sandton.

Por isso, a CEO do Grupo Barclays Plc’s Absa, Maria Ramos, defende que não se devem “subestimar as mudanças nas percepções da África do Sul”, como disse à Bloomberg. Ou seja, a África do Sul saiu na primeira fase do campeonato mas espera ser ainda mais vencedora do que a Espanha.

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