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CiU venceu eleições regionais da Catalunha mas perdeu força e está entre 'derrotados'

Artur Mas revalidou o seu mandato como presidente do Governo regional da Catalunha (Espanha) e o seu partido, a Convergência e União (CiU), foi o mais votado hoje, mas acabam, ambos, entre os 'derrotados' do sufrágio de hoje.

25 de Novembro de 2012 às 01:27
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Depois de uma intensa campanha eleitoral - marcada pelo debate sobre a independência da Catalunha e pelos apelos da CiU a uma "maioria absoluta excepcional" para legitimar a convocatória de um referendo - os resultados são um castigo para Artur Mas (na foto).

O presidente da Generalitat (Governo regional) não só não governará sozinho -- continuará a necessitar de pactos -- mas acaba até mais enfraquecido, perdendo 12 mandatos dos 62 que detinha no parlamento anterior.

Uma "bofetada", como comentava um analista na RTVE, nas aspirações de Artur Mas que agora terá que, por um lado, negociar com um parlamento ainda mais dividido tanto a agenda para a independência como o complexo puzzle económico com que se enfrenta a região.

Observadores afirmam que Mas fracassou em toda a linha, sendo fortemente penalizado pela decisão de antecipar as eleições regionais quando apenas estava passada metade da legislatura.

Por saber está ainda até que ponto é que a polémica, na fase final da campanha, sobre um relatório 'fantasma' que relacionava Mas com um alegado caso de corrupção, tenha ou não afectado o resultado.

Mas as histórias das eleições de hoje não se resumem à CiU. O maior vencedor, por exemplo, é claramente a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), apoiante da consulta sobre a independência, e que mais que duplica a sua representação parlamentar, ganhando mais 10 deputados para um total de 20.

A sua voz será crucial no enunciado da eventual consulta popular aos catalães, que é apoiada igualmente pela Iniciativa Catalunha Verdes (ICV-EUiA) - força que também aumentou a sua representação de 10 para 13 deputados.

Como maior derrotado do sufrágio de hoje surge o Partido Socialista da Catalunha (PSC) -- o voto de hoje soma-se assim às derrotas dos socialistas nas eleições gerais de 2011 e nas regionais deste ano na Galiza e País Basco -- reabrindo, necessariamente, o debate em torno da liderança de Alfredo Pérez Rubalcaba.

O PSC perdeu oito dos 28 mandatos que detinha e caiu de segunda para terceira força no parlamento que estará, evidentemente, mais dividido.

Se a CiU e o PSC perderam mandatos -- há que somar o desaparecimento total da Solidaritat (perdeu os quatro deputados que detinham), todas as outras forças com representação parlamentar aumentam a sua representação.

É o caso do Partido Popular (PP) - que centrou a sua campanha nas críticas à tendência divisionista da CiU e à eventual consulta -- e que aumenta ligeiramente o seu apoio, obtendo mais um deputado para 19.

Entre os vencedores de hoje (e entre os opositores à consulta) conta-se também o Ciutadans que, proporcionalmente, registou o maior crescimento, triplicando a sua representação, de três para nove.

Na equação a favor da consulta há uma nova voz, a dos estreantes Candidatura de Unidade Popular (CUP), que conseguem três deputados no parlamento da 10ª legislatura.

Um complexo cenário que obrigará, nos próximos dias, a intensas negociações que ditarão quer o modelo para sair da grave crise económica da região, quer os passos seguintes que serão dados na agenda do independentismo catalão.

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