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Investimento público e privado unidos para um melhor crescimento
Portugal só tem a ganhar se o investimento público e privado se complementarem, criando assim um crescimento mais sustentável. O país está cada vez mais no radar de investidores estrangeiros de diversos sectores.
O investimento público e o privado devem complementar-se para criar as bases para um melhor crescimento económico.
Esta foi uma das conclusões do painel "Investimento em Portugal e na Europa - perspectivas" que teve lugar durante a conferência anual do Jornal de Negócios.
Para o economista-chefe do Santander Totta, mais importante do que fazer distinções entre investimento público e privado é saber se o investimento é produtivo.
Rui Constantino apontou assim a importância do investimento ser "produtivo e que contribua para criar emprego e melhorar a capacidade de crescimento da economia".
Por isso, o economista defende que "deve haver complementaridade entre investimento público e privado no sentido de alavancar o potencial de crescimento. Muitas vezes o investimento público colmata lacunas onde o sector privado não pode entrar", destacou.
Desta forma, Rui Constantino defendeu que "havendo uma visão integrada com o sector privado" o país pode "lançar as bases para ter melhor investimento, porque mais investimento não é sinónimo de mais crescimento".
O investimento produtivo está em recuperação desde o final de 2013, e tem vindo a ganhar mais força desde o final de 2016. Este acelerar do investimento vai assim contribuir para o crescimento da economia nos próximos anos.
"Este é um factor bastante positivo que vai lançar as bases associadas ao crescimento das exportações e para uma recuperação mais sólida da economia, com crescimentos próximos de 2%, e este ano claramente acima de 2%", disse o economista-chefe do Santander Totta.
Uma prova desta recuperação é que o investimento directo estrangeiro nominal está em máximos de duas décadas no país, conforme concluiu a consultora EY num estudo publicado recentemente.
Portugal registou assim 59 projectos de investimento directo estrangeiro em 2016, o valor mais elevado desde 1997.
"A percepção do país aumentou exponencialmente no último ano quer por investidores que já estão cá, quer por investidores que estão a começar a analisar oportunidades", disse Florbela Lima, da EY.
Em relação a novos investimentos, a responsável apontou que o país tem captado a atenção de empresas de diversos sectores. "Desde "business services", tecnológicas, investigação e desenvolvimento, sector automóvel. Conseguimos ver uma panóplia muito grande de investidores e de sectores que se tornam atractivos", afirmou Florbela Lima, destacando naturalmente o imobiliário e o turismo.
Rui Constantino revelou a estimativa actualizada de crescimento do banco para a economia portuguesa este ano: 2,6%. "Este ano estamos a prever um crescimento de 2,6% fruto da dinâmica que veio do ano passado", revelou. O crescimento vai ter como base o consumo privado, mas também as exportações, destacou o economista, que salientou igualmente o bom momento das economias à nossa volta.