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Educação e investigação são prioridades para o investimento em Portugal

Face à dimensão da economia, Portugal é o quarto país da União Europeia com mais investimento impulsionado pelo Plano Juncker. É bom, mas pode ser melhor, defende Jyrki Kaitanen, vice-presidente da Comissão Europeia. O responsável pela implementação do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos foi o orador principal da conferência anual do Negócios, este ano centrada no questão do investimento. Com Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, respondeu a questões colocadas pela audiência e online. Bento Correia, da Vision Box, Florbela Lima, da EY e Rui Constantino, do Santander Totta, foram os outros oradores.

Bruno Simão
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Educação, investigação e desenvolvimento (I&D). São estas as áreas prioritárias para o investimento em Portugal apontadas pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, que integrou um painel de debate na Grande Conferência Anual do Jornal de Negócios, realizada em Lisboa.

A visão do comissário foi partilhada pela audiência convidada a responder à pergunta "Em que sector é necessário mais investimento em Portugal?", através de uma aplicação acessível no smartphone. Mais de 85% dos respondentes assinalaram estes dois sectores, num leque de hipóteses que incluía também a saúde e as infraestruturas.

O resultado do inquérito aos participantes – que assistiam à conferência no Hotel Ritz ou em "streaming" no site do Negócios - deixou Katainen "muito contente", na medida em que as infraestruturas em Portugal "estão em boa forma". "Genericamente é um dos melhores países do mundo a esse nível", resumiu. Para o comissário, "Portugal, como economia pequena, tem de dar atenção à resiliência e à capacidade de se adaptar a novas situações, por isso o investimento em investigação e educação é muito importante".

No que respeita à educação, Katainen reconhece, porém, que muito já foi feito em Portugal. E com resultados visíveis. "As reformas mais recentes surpreenderam muitos de nós, porque já é possível ver melhorias na educação. Portugal e a Estónia melhoraram a qualidade da educação num período muito curto", elogiou o responsável.

Apesar dos progressos realizados, Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, acredita que o foco na educação é um desafio que "temos de manter". "Temos de fornecer bom talento para atrair bons investimentos, com valor acrescentado", sublinhou. "Temos de continuar a investir na educação para continuarmos a ter das melhores formações do mundo", defendeu, numa sessão que marcou com a identificação das principais vantagens da economia portuguesa: um tecido empresarial que tem vindo a ganhar competitividade na cena internacional, e que evidencia um nível razoável de diversificação, bons níveis de qualificação, domínio de línguas entre os mais jovens e uma boa localização para aproveitar as ligações atlânticas.

Portugal, como economia pequena, tem de dar atenção à resiliência e à capacidade de se adaptar a novas situações. jyrki katainen
Vice-presidente da Comissão Europeia


Capital de risco e plataformas de investimento desejadas

Um  balanço revelado ontem pela Comissão Europeia quantifica em 1,2 mil milhões de euros o valor de financiamento aprovado para projectos nacionais ao abrigo do plano Juncker, que deverão alavancar um investimento total de 3,9 mil milhões de euros, ou seja, um pouco mais de 2% do PIB. Entre estes projectos, Bruxelas destaca quatro iniciativas: um projecto de regeneração urbana em Lisboa, um programa do BPI de financiamento a start-ups e criação de próprio emprego, a construção do novo Campus da Universidade Nova, e duas centrais de biomassa.

Com este nível de investimento Portugal ocupa o quarto lugar no ranking europeu, frisou Jyrki Katainen, que  é o responsável na Comissão Europeia pelo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, o nome técnico para o Plano Juncker. O resultado é bom, mas para o vice-presidente da Comissão Europeia, "o céu é o limite", afirmou, convidando a um maior envolvimento de projectos de capital de risco e à criação de plataformas de investimento que agreguem vários investidores.

"Portugal pode utilizar as oportunidades do FEIE e gostaria de falar em capital de risco: podemos "ajudar em termos de capital de risco" defendeu, concretizando possíveis beneficiários: "pequenas empresas que supostamente podem crescer para empresas médias e, possivelmente, grandes, mas que não podem utilizar empréstimos bancários porque não tem garantias" Nesses casos, "o que precisam é de capital, e isso é algo que o FEIE pode dar", desde que os projectos revelem potencial de rendibilidade. Para Katainen, Portugal pode melhorar o aproveitamento do plano Juncker através da criação de plataformas de investimento, que agreguem investidores, ou na atracção de Investimento Directo Estrangeiro.

Temos de fornecer bom talento para atrair bons investimentos. Temos de continuar a investir na educação. Luís Castro Henriques
Presidente da AICEP
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