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Ex-procuradora só fala sobre Tancos nas instâncias próprias

Uma investigação da RTP dá conta de que Joana Marques Vidal terá telefonado a Azeredo Lopes, um dia após o aparecimento das armas roubadas em Tancos.

# Porque Sobe - Joana Marques Vidal sobe posições no 'ranking' dos Mais Poderosos numa altura em que o Ministério Público continua a ter em mãos grandes processos de investigação e a dar prioridade à criminalidade económica. A morosidade das investigações continua a jogar contra ela, mas a sua popularidade aumenta à medida em que se aproxima o termino do seu mandato, em Outubro deste ano. Fique ou não, conquistou a fama de saber enfrentar os poderosos.
João Miguel Rodrigues
27 de Outubro de 2018 às 15:26
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A ex-procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recusou, este sábado, confirmar se falou ou não com o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sobre a actuação da PJ Militar no caso de Tancos, salientando que o fará nas instâncias próprias, avança a agência Lusa.



"Não vou confirmar ou informar o que uma testemunha prestou ou terá prestado, no âmbito de um inquérito que está em investigação e que está em segredo de justiça. Estou pronta para esclarecer no local próprio, quando me quiserem convocar as entidades com competência para tal", declarou Joana Marques Vidal, à entrada para um almoço em sua homenagem, organizado em Lisboa pela Ordem dos Advogados.



A ex-procuradora falava acerca de uma investigação veiculada na sexta-feira à noite pela RTP, que deu conta de que Marques Vidal terá telefonado a Azeredo Lopes, um dia após o aparecimento das armas roubadas em Tancos.



Neste telefonema, a então Procuradora terá demonstrado desagrado por a PJ Militar continuar a investigar o caso, numa altura em que a investigação já tinha passado para a alçada da Polícia Judiciária.



Por outro lado, o semanário Expresso noticia este sábado que o ministro Azeredo Lopes "soube do teor do memorando de Tancos", mas "não percebeu a existência de um encobrimento e não deu importância ao documento".



Tanto o primeiro-ministro, António Costa, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, negaram na sexta feira ter conhecimento do memorando.



O primeiro-ministro disse na sexta-feira que não conheceu o memorando sobre o furto de material militar dos paióis de Tancos, "nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém".



"Nem através de Azeredo Lopes, nem através de ninguém. Não conhecia", afirmou António Costa, em Sintra, questionado por jornalistas se teve conhecimento pelo ex-ministro da Defesa Nacional do memorando sobre o reaparecimento do material militar furtado em Tancos.

Já o Presidente da República insistiu que o caso de Tancos "não se pode esquecer nem se pode minimizar", afirmando-se "o chato do costume", que não desiste de reclamar a necessidade de apuramento dos factos.



"Eu fui o chato do costume, por uma razão muito simples: porque eu sou comandante supremo das Forças Armadas e Presidente da República e ali não era apenas o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa. É alguém que é responsável e que acha que não se pode esquecer nem se pode minimizar [o sucedido em Tancos]", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.



Na sexta-feira, o parlamento aprovou, por larga maioria, uma comissão de inquérito ao furto de armas nos paióis de Tancos, com a abstenção do PCP e do PEV.



O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de Hunho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas.



Em Setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.



Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da PJM, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa.



Em 12 de Outubro, Azeredo Lopes demitiu-se e foi substituído por João Gomes Cravinho.



Na semana passada, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, também se demitiu e o seu lugar foi ocupado pelo general José Nunes da Fonseca.

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