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Justiça britânica emite mandado de detenção sobre Angela Gulbenkian
O Tribunal de Magistrados de Westminster mandou hoje emitir um mandado de detenção europeu em nome da corretora e colecionadora de arte Angela Gulbenkian, que não se apresentou para responder por duas acusações de furto.
A magistrada Claire Harris, responsável por ouvir o caso disse ter "preocupações substanciais" sobre um documento apresentado pelo advogado de defesa e recusou o pedido de adiamento, anuindo ao pedido do procurador público para emitir um mandado de detenção europeu.
"Se a defesa conseguir produzir alguma prova substancial, então pode vir a tribunal e pedir para o mandado ser reconsiderado", acrescentou a magistrada, assistida por David Wootton.
O procurador público, Michael Mallon, questionou a veracidade de um documento apresentado pelo advogado de defesa, que justificava a ausência com o facto de continuar a recuperar de uma intervenção cirúrgica na Alemanha.
"Tenho preocupações com a origem, não está timbrado, é curto, e é assinado por alguém não identificado. Não parece ser um documento do serviço nacional de saúde alemão", vincou.
Mallon referiu a existência de uma ação internacional de congelamento dos bens de Angela Gulbenkian, que foi descrita como uma "vigarista inveterada" que usou o dinheiro que recebeu de dois clientes para atuar como intermediária na compra de obras de arte para financiar um "estilo de vida luxuoso".
A alemã, casada com um sobrinho-bisneto de Calouste Gulbenkian, terá recebido 1,375 milhões de dólares (1,2 milhões de euros) para comprar uma escultura gigante em forma de abóbora, da autoria do artista Yayoi Kusama.
Porém, segundo a acusação, dias depois de receber o dinheiro na conta pessoal, começou a gastar dinheiro num estilo de vida luxuoso, arrendando apartamentos caros, pagando jatos privados, adquirindo obras de arte e fazendo compras em lojas de renome.
Num segundo caso, terá recebido 50 mil libras (56 mil euros) para comprar obras de arte para outro cliente, mas também gastou o dinheiro em despesas pessoais.
A acusação alega que a alemã utilizou indevidamente o nome da instituição fundada pelo empresário arménio Calouste Gulbenkian para se autopromover como corretora e colecionadora de arte.