"Nem que me dessem dois mil milhões de euros não podia vender". A declaração, ao "Correio da Manhã", é de Joe Berardo e refere-se à venda da Colecção Berardo, exposta no Centro Cultural de Belém.

O "Expresso" noticiou o interesse de israelitas em comprar o acervo do Museu Berardo por 750 milhões de euros. Mas Berardo, não confirmando a informação, lembra o contrato que tem com o Estado, firmado em 2006, e que dá a opção de compra ao Estado até 2016.

Só que Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura, comentou, a propósito do alegado interesse dos israelitas, que o Estado não tem dinheiro para exercer uma opção desse valor, nem por metade do montante, declarou esta semana à TVI24. E por isso o governante admitiu que o Estado, nesse caso, estaria disposto a libertar a colecção.

No entanto, Berardo diz que vender a colecção só depois de 2016. "Sempre tive propostas, quase todos os meses, vindas do estrangeiro. E recebo várias pessoas interessadas, mas por cortesia. A lei foi promulgada pelo Presidente da República, em 2006, e já se sabia que mudariam os Governos e que cada um brinca à sua maneira. Mas o meu acordo com o Governo é válido".