Notícia
Peritos aceitam atualização de matriz de risco com duplicação de limite de incidência
O limiar de incidência que serve de base à revisão de medidas pode ser atualizado para 480 casos por cem mil habitantes, defendeu esta terça-feira Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, na reunião do Infarmed.
O número que serve de referência para a eventual adoção de medidas restritivas pode ser atualizado para 480 casos por cada cem mil habitantes nos últimos catorze dias, defendeu esta terça-feira Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública, na reunião do Infarmed.
Atualmente há dois níveis de risco, logo a partir dos 120 casos por cada cem mil habitantes (que determina por exemplo teletrabalho obrigatório) e um segundo a partir de 240 casos por cada cem mil habitantes (que determina por exemplo o encerramento do comércio não alimentar às 15h30 ao fim-de-semana). Estes limites, contudo, são duplicados nos concelhos de baixa densidade populacional.
"Mediante os cálculos que foram realizados neste momento estamos em condições de atualizar o limiar de incidência para 480 casos por cem mil habitantes a catorze dias que é o limiar que se poderá traduzir numa ocupação de 255 camas em cuidados intensivos (…)" de forma a que o tratamento de casos de covid-19 não interfira com o de outras doenças, sustentou a perita, na reunião que vai servir de base à revisão do quadro de medidas de combate à pandemia, prevista para a reunião de Conselho de Ministros de quinta-feira.
Andreia Leite começou por dizer que os indicadores deverão ser mantidos, mas que "dada a evolução da situação e nomeadamente com as vacinas consideramos estar em condições de atualizar os limiares de incidência uma vez que a relação entre incidência e doença grave foi enfraquecida".
O limiar de internamentos também deve ser controlado, embora possa ser revisto periodicamente, defendeu.
"Propomos a inclusão de indicadores de gravidade clínica e impacto na mortalidade. Por outro lado a cobertura vacinal deve ser utilizado como indicador de planeamento de desconfinamento e não definição de controlo da epidemia uma vez que os efeitos das vacinas se vão refletir em outros indicadores", referiu.
De forma a facilitar a leitura, "propomos a utilização de um quadro-resumo dos vário indicadores que deverá ser estratificado por região e grupo etário", sendo considerada não só informação numérica mas também a sua tendência e o nível confiança na informação que serve de base aos indicadores.
"Esta é uma atividade complexa e será cada vez mais complexa mediante a possibilidade e evolução em várias direções da pandemia e portanto a avaliação de risco feita a nível técnico deve ser traduzida de forma adequada para a população em geral", centralizada num relatório único e com menor periodicidade, sustentou.
"A avaliação de risco deve ser mantida com base numa bateria de indicadores, sendo que os indicadores de transmissibilidade devem continuar a ser centrais com limiares atualizados e revistos periodicamente", concluiu.