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Covid-19 começou a derrubar as exportações têxteis logo em fevereiro

Os dados do INE dão razão aos industriais do têxtil e vestuário, que há dois meses foram dos primeiros a sentir o efeito da crise na China e a avisar que o coronavírus seria “muito pior que [a queda do] Lehman Brothers".

A indústria têxtil é uma das que se queixa da alteração de condições nos seguros de crédito.
Paulo Duarte
09 de Abril de 2020 às 14:20
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No início de fevereiro, ainda o surto do coronavírus estava quase confinado à Ásia, já os empresários portugueses da indústria têxtil e vestuário alertavam o Negócios para a escassez de matérias-primas, a dificuldade em despachar mercadorias, os custos de expedição mais elevados ou a suspensão de encomendas, dramatizando os efeitos se a crise se prolongasse.

 

O líder da associação do vestuário (Anivec), César Araújo, antecipava já que viria aí uma crise com um impacto "muito pior que o do Lehman Brothers". O cenário mais pessimista começou por ser desvalorizado por outros setores e até pelas autoridades políticas. Os dados publicados pelo INE esta quinta-feira, 9 de abril, dão razão aos industriais têxteis.

 

Em fevereiro, "refletindo já o impacto da covid-19", como sublinha Mário Jorge Machado, o presidente da outra associação têxtil (ATP), as exportações do setor diminuíram 4,3% face ao mesmo mês do ano anterior, isto depois de este ano até ter arrancado com um crescimento de 2,5% nas vendas ao exterior.

 

Esta quebra anulou os ganhos de janeiro, fazendo com que o acumulado dos dois primeiros meses de 2020 seja cerca de 1% inferior em termos homólogos, com as exportações a totalizarem 881 milhões de euros. O vestuário de malha e tecido e as fibras sintéticas foram os produtos mais afetados neste período, em que Espanha, que é o principal destino, foi também o que registou a maior queda (-3,6%), equivalente a menos 9,2 milhões de euros de compras.

 

Por outro lado, os números compilados pela ATP mostram que as importações de têxteis e vestuário também caíram 4,5% até fevereiro, ascendendo a 729 milhões de euros, com recuos em todos os segmentos: matérias-primas têxteis (-7,1%), vestuário (-2,6%) e têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados (-3,6%). Contas feitas, neste período o saldo da balança comercial do setor foi de 152 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 121%.

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